quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um pé de garoto.

Esse semana fui visitar minha mama e morri de rir e não tive como não tirar uma foto. Embora eu seja super urbano e às vezes prefire o som dos carros a sons de passáros. Existe algo sobre bairros que me dá uma saudade dos meus dias de muleque; sentado nas calçadas jogando conversa fora,ou as tardes quentes de férias onde jogavamos voley e depois tomavamos banho de mangueira. Saudades desta época, saudades da hoodbarrapesada, suas pessoas e suas histórias.
(Qdo ele me viu com a camera ele deu uma risada gostosa e me perguntou se a pose estava boa.)

Bota, botas, pra fora.

Ali naquele espaço, naquele velho armário. Havia um par de botas, canos longos, estampa de cobra, altos saltos bem finos, muito confortáveis, muito bonitas, companheiras de vários eventos, mas com o tempo foi perdendo seu uso, me cansei de suas combinações, me cansei das suas histórias, de todas as noites usadas incansavelmente em pé em seus saltos; dancei várias músicas, pulei em vários shows, já esteve entre os sapatos que calçavam pés masculinos e femininos, enquanto beijos ardentes troquei.

Um dia, cansada de tudo que ela me lembrava, tirei de meu armário e numa esquina qualquer a deixei; estava aparentemente nova, senão fosse por suas histórias, mas a larguei e esperava que alguém as achasse e pudesse aproveitar dela como eu aproveitei. Esperava que trouxesse pra alguém as mesmas alegrias e histórias melhores das quais eu vivi.

E assim foi. Abri espaço em meu armário e deixei que outras botas, mais novas e com menos “uso” pudessem me levar a outros caminhos e novas histórias.

(If everything matches something, who am I to desagree?)