quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E o que está errado,

talvez a vontade de ser...
A vontade de ter.
Meter.
De beber até cair,
comer por gula...
De caminhar na chuva.
De correr da chuva.
De ficar deitado preguiçoso naquele domingo.
Chegar no dia seguinte a tarde.
Culpar os outros,
culpar a si mesmo.
Por cabular aula,
Called in sick.
Erros dos erro no caminho de acertos
Re-acertos de erros que já não fazem mais diferença.
Doença...
Sentir saudade,
Ter maldade.
O humano e sua humanidade.
Imperfeita
Por vezes mesquinha.
Incrédula do divino,
comédia
bestial de preconceitos;
Merdas e hipocrisia.
Línguas grandes, palavras que não voltam.
Boca pequena incapaz de gritar a martelada no dedo.
Erro, erro, erro, erro, erro e erras.
E onde fico nisso tudo.
A mercê da sorte.
É um erro.
Em cima do muro ou
escondido no escuro.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Será que foi um sonho?!

Hoje eu vim te visitar menino, sentada nesta poltrona laranja no lugar aonde um dia foi meu quarto te observava rolar de um lado ao outro da cama. Era como se eu pudesse ver, dentro de teus pensamentos, o que te tirava o sono, várias imagens confusas eu via ali e elas me davam até aflição.

Senti que mais uma vez ela estava aqui em minha casa, deitado em minha cama sem conseguir dormir por pensar em várias coisas que acontecem em minha vida, sentia a presença dela sentada na poltrona laranja em minha sala, ela estava com uma cara triste, meio que preocupada, eu não sei dizer ao certo se a vi ou se era sonho, na verdade não sei nem dizer com quem ela se parece, isso me deixa aflito.

Levantei de onde estava sentada e com dificuldade andei até sua cama, sentei-me ao teu lado e comecei afagar tua cabeça, queria que você soubesse que apesar de sentir se só tinha alguém estava aqui com você, alguém que não quer nada além do teu bem, sem mesmo te conhecer bem. Aliás, eu te conheço melhor do que imagina, talvez melhor até do que todos que estão ao teu lado. Eu acordo com você cantando todos os dias, conheço o teu andar de um lado pro outro quando está preocupado, e entendo tuas aflições, todas as manias que tem e todos teus sonhos.

Senti que ela vinha andando até mim, ouvia o som de seus passos arrastando uma das pernas em direção a mim, senti o peso do corpo dela sentar ao meu lado na cama, e o “calor” de sua mão em minha cabeça. Não tive medo, pois tudo parecia um sonho. De repente me sentia querido, uma sensação de conforto me recobriu.

Dorme menino, acalme esse coração, as coisas, uma hora ou outra, acontecem. Não dá pra perder a cabeça, pois ela está grudada, assim como o todo o resto que gruda na gente, o passado e quem passou fazem parte dessas coisas que agente não desgruda, sentir saudade não é feio ou ruim, faz parte assim como partir, eu sinto falta de muita coisa, sinto saudade de tantas outras, e não tenho vergonha disso. Mas você deve seguir seu caminho sem ter medo da vida ou olhar pra trás com arrependimento deixe sempre no canto da boca um sorriso.

Certo alívio acalentava meu coração, percebi que não adianta querer fugir de certas coisas, elas sempre estarão presentes dentro de mim mesmo eu querendo ou não e sei que não é feio ter medo da vida ou sentir saudade de coisas e pessoas que já passaram, não se arranca a cabeça pra esquecer o que está embutido na gente isso seria morrer. Neste momento que vivo hoje olho pra trás com um sorriso no canto da boca, pois apesar de tudo, o passado e quem passou, não foi de todo ruim, afinal existe tanta coisa boa grudada em mim.