Eu sinto muita saudade, saudade dos amigos distantes, dos amores antigos, das casas onde morei, das vizinhanças que conheci, das músicas que marcaram de alguma forma algum “time” que passou, daquela calça jeans que de tão surrada tive que me desfazer, saudade dos dias de menino, dos dias de namorado, das conversas jogadas fora em mesas de bares, dos dias suado por dançar num club, coca gelada na manhã de ressaca, tomar sol sem me preocupar com envelhecer da pele, ou da chuva que não era tão ácida, saudade da pele que tinha, da ingenuidade que perdi, das Augustas e Catherines, das pessoas que partiram pra sempre, das pessoas que não falo com freqüência, dos lugares que demorarei a ir de novo, do tempo perfeito naquele tempo que não volta.
Mas creio que envelhecer é assim, quando consciente de tudo que vivi e agradecido por todos que passaram e tudo que vi e fiz e até mesmo dos meus erros. Vivo com saudade. E me pego rindo de piadas antigas, sentido cheiros de coisas “antigas”, de gosto de beijos roubados. Cigarro e suor. E embora sentir saudade às vezes doa. Sentir saudade me dá a sensação que pra onde quer que eu vá ou o que quer eu faça eu tenho boas referências de um monte de coisas e sentir saudade deixou de ser pesado, sentir saudade passou a ser algo mais profundo do que apenas sentir falta de alguma coisa ou alguém, sentir saudade, aquele arrastar irritante do giz na lousa, virou dar valor cada vez mais a tudo que tenho, as novas pessoas que chegam, as novas coisas que conheço, os novos lugares que vou. E assim vou vivendo, amontoando em volta de mim novas coisas e, claro, perdendo outras, como num vicioso ciclo (un)natural que se transforma e se renova trazendo e levando novas histórias, novos lugares, outras coisas, algumas pessoas e mais saudade.
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sábado, 13 de novembro de 2010
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Atropelado.
Acho que é mais ou menos isso que acontece. Eu nunca fui atropelado de verdade por um veículo, puxa já passou perto tantas vezes, mas nunca de verdade. Esses últimos dias tenho a sensação de que fui atropelado. Sinto tudo dentro de mim se apertar, como se o choque tivesse sido direto em meu peito, minhas costelas estão comprimidas contra minha espinha dorsal apertando meu estômago, pulmões e coração. Tá tudo dando nó dentro de mim. Minha respiração está curta, ofegante, minha boca está seca. Meus braços estão moles caídos paralelos ao meu corpo e minhas pernas estão bambas. Minha cabeça dói, caída de lado, ainda com os olhos abertos, observa tudo em volta. O brilho da luz do letreiro refletida nas poças d’água, o contraste da garoa que brilha ao passar em frente às luzes do postes. Ainda ouço buzinas que agora parecem musicas de quem espera, mas tem pressa de chegar ao outro lado sem saber exatamente onde.
Vocês dois nestes últimos tempos, estiveram tão próximos de mim, fizeram me enxergar muitas outras coisas que não tinha parado pra pensar antes. Deram-me força, apoio e carinho, fizeram dos meus sábados dias inesquecíveis. A partida está próxima, mas ela promete um novo começo para mim e para vocês, esse atropelamento não matou ninguém, na verdade trouxe com ele, mais vida, mais possibilidades, mais portas a serem abertas. Mostrou que quando se ama alguém, por qualquer motivo que seja, agente se entrega agente arrisca, e contra todos os preconceitos e medos ainda podemos ser felizes mesmo na distância de lugares mas com certeza na proximidade de corações.
Cy e Fe. Obgdo
( Se tudo hoje está cercado de surpresas e parece um mistério espera até chegar amanhã)
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Além daquela peça "velha" do bazar.
Fui a um bazar da igreja aqui perto, na verdade sempre que tenho um tempo (esses últimos tempos tenho tido muito tempo) passo por lá. Nem sempre tem algo que me agrada e quando tem se estou com dinheiro no bolso acabo comprando algo, coisas que nem sempre são uteis pra mim, nem sempre são tão legais assim, mas também nem ligo. Sempre acho uma utilidade e adoro coisas de tempos que não voltam mais. Tempos que eu não vivi, coisas que carregam marcas de seus antigos donos, certa energia que me atrai para algumas coisas, algumas pessoas que conheço não gostam muito, mas eu adoro. Sei lá por que, sempre tive uma ligação com coisas velhas, antigas ou se preferir de
segunda mão. É eu sei, sou meio estranho (Falei!). Mas continuando, lá na no bazar estão vendendo um PIANO SCHWARTZMAN, eu passei por ele várias vezes, aquela caixa marrom, quase da minha altura, acabei não resistindo e o abri. Ele está meio maltratado, meio manchado pelo tempo, talvez uma certa umidade, toquei com meus dedos levemente suas teclas, o som era muito bom. Quando eu vi que as pessoas me olhavam, talvez por eu não saber tocar, levei minha mão até a tampa e uma senhorinha chegou perto de mim e disse:
-Não feche. Por favor, me arrume uma cadeira.
Fácil tinha tantas por lá, arrumei uma cadeira pra ela. Ela sentou-se, coluna extremamente reta, parecia uma jovem de 16 anos, esticou os braços a frente do corpo, estralou os dedos. Começou a tocar, o som veio tímido, miúdo e espaçado, as pessoas foram chegando mais perto, o som foi crescendo, aumentando, alegrando, essa senhorinha de corpo frágil parecia uma criança brincando com os dentes de um monstro que sorria. Antes de acabar a música ela parou. Ajudei lhe levantar, elogiei e ela pegou-me braço e foi me acompanhado até a saída. Antes da porta ela me disse que este piano era dela, e que tinha doado a igreja por que o marido que tinha dado de presente pra ela tinha morrido o ano passado e que só agora ela teve coragem de se desfazer dele. Eu lhe agradeci pela música e lhe dei um beijo no rosto, saí de lá correndo, toda aquela alegria da música e toda aquela tristeza nos olhos dela lotaram meu coração a ponto de me sufocar, uma mistura de tristeza, esperança, mistura de tantas outras coisas juntas, que senti minha garganta secar, meu coração pular e uma vontade muito grande de chorar.
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(Tenho andado assim meio distraído, meio pelos cantos, meio chorão, as coisas que fazem sentido não fazem sentido algum, as coisas que não fazem sentido já nem noto mais, tenho tido apenas uma coisa em minha cabeça... )

-Não feche. Por favor, me arrume uma cadeira.
Fácil tinha tantas por lá, arrumei uma cadeira pra ela. Ela sentou-se, coluna extremamente reta, parecia uma jovem de 16 anos, esticou os braços a frente do corpo, estralou os dedos. Começou a tocar, o som veio tímido, miúdo e espaçado, as pessoas foram chegando mais perto, o som foi crescendo, aumentando, alegrando, essa senhorinha de corpo frágil parecia uma criança brincando com os dentes de um monstro que sorria. Antes de acabar a música ela parou. Ajudei lhe levantar, elogiei e ela pegou-me braço e foi me acompanhado até a saída. Antes da porta ela me disse que este piano era dela, e que tinha doado a igreja por que o marido que tinha dado de presente pra ela tinha morrido o ano passado e que só agora ela teve coragem de se desfazer dele. Eu lhe agradeci pela música e lhe dei um beijo no rosto, saí de lá correndo, toda aquela alegria da música e toda aquela tristeza nos olhos dela lotaram meu coração a ponto de me sufocar, uma mistura de tristeza, esperança, mistura de tantas outras coisas juntas, que senti minha garganta secar, meu coração pular e uma vontade muito grande de chorar.
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(Tenho andado assim meio distraído, meio pelos cantos, meio chorão, as coisas que fazem sentido não fazem sentido algum, as coisas que não fazem sentido já nem noto mais, tenho tido apenas uma coisa em minha cabeça... )
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
Essas canções, que me tiram do sério.
Ai, ai hoje depois de ficar num dorme e acorda sem fim dentro do busão no caminho pra facul, estava super atrasado para primeira aula, teria prova na quarta e quinta aula, tecnologia têxtil, super legal a matéria, mas muito foda. Já cansado antes mesmo de chegar, finalmente alcanço a Avenida Rio Branco no centro, super charmosa com suas pequenas casinhas de strip e suas moças trabalhadoras e distintas de famílias boas, seus barzinhos lotados de simpáticos e perfumosos nigerianos, (tentando ser um pouco “Melissoliana”) e foi num destes bares que parei pra comprar cigarro, precisaria fumar um maço inteiro pra conter meu nervosismo antes da prova, dez perguntas dissertativas, sobre cores, tingimento, luz, espectrum de cor, estampa, cilindros, enxofre, banhos, alvejamento e afins, no meio de todos estes pensamentos enquanto observava em volta um barzinho simpático com azulejos brancos até a metade da parede o resto era de uma cor alaranjada, tinha mesinhas de aluminio e um radinho numa prateleira, pintada da mesma cor que a parede, no alto atrás do caixa, eu esperava o moço me dar meu troco e do radinho lá de cima pra baixo, em cima de mim, abriu a fossa...
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(Bethania - As Canções...)
(Uhum, aham, ah táh, a bit hard to think straight about the test or about anything else, just grabed my change and flew away, whishing for a hard rain to start)
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segunda-feira, 27 de abril de 2009
No mesmo eixo, correndo atrás da mesma volta
Sempre falamos, eu pelo menos, que: Posso não saber o que quero, mas tenho certeza do que não quero”. Ai me pergunto será que 100% das vezes realmente sabemos o que não queremos com 100% de certeza?
.
Muitas coisas são um pouco dificeis de explicar como o cachorro que, incansavelmente, corre em volta do próprio rabo, alguns dias sinto-me assim correndo atrás do meu próprio rabo. Sim por que me pego tentando fugir de algumas coisas inevitáveis, de pessoas inevitáveis, de histórias
inevitáveis, são coisas que digo que não quero mais, são pessoas que tento me convencer que já foram, são histórias que tento me convencer que já acabaram.
.
Tudo poderia ser muito mais simples, sabe quando você quer tanto ficar longe de algo, é como o “triangulo-das-bermudas” uma força ainda maior que a sua própria, te atrai, não adianta alta tecnologia e strong willpower is just there unavoidable and unattainable.
.
Mas é bom quando é bom e é ruim quando é ruim, às vezes penso. Correr pra que? Fugir do que? Se não adianta, existe muito mais além do que entendemos, do que eu mesmo entendo, forças maiores que eu dentro de mim mesmo, dentro de outras pessoas que amo, algumas coisas simplesmente são do jeito que são e não adianta tentar fugir, tentar entender, tentar mudar, correr atrás do próprio rabo, se você não é um cachorro ficará apenas tonto e ainda mais confuso.
.
(Existem coisas muito maiores do que agente, dentro de nós mesmos. A razão pra querer independe da razão de ser.)
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Muitas coisas são um pouco dificeis de explicar como o cachorro que, incansavelmente, corre em volta do próprio rabo, alguns dias sinto-me assim correndo atrás do meu próprio rabo. Sim por que me pego tentando fugir de algumas coisas inevitáveis, de pessoas inevitáveis, de histórias

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Tudo poderia ser muito mais simples, sabe quando você quer tanto ficar longe de algo, é como o “triangulo-das-bermudas” uma força ainda maior que a sua própria, te atrai, não adianta alta tecnologia e strong willpower is just there unavoidable and unattainable.
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Mas é bom quando é bom e é ruim quando é ruim, às vezes penso. Correr pra que? Fugir do que? Se não adianta, existe muito mais além do que entendemos, do que eu mesmo entendo, forças maiores que eu dentro de mim mesmo, dentro de outras pessoas que amo, algumas coisas simplesmente são do jeito que são e não adianta tentar fugir, tentar entender, tentar mudar, correr atrás do próprio rabo, se você não é um cachorro ficará apenas tonto e ainda mais confuso.
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(Existem coisas muito maiores do que agente, dentro de nós mesmos. A razão pra querer independe da razão de ser.)
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Avoir de la "fièvre"
Rumo, sem rumo, desatento, desocupado, passado. Cara não existe coisa pior do que esperar pelos outros, pior ainda é não poder fazer nada enquanto se espera. As pessoas às vezes perdem a noção e isso me irrita muito. O que é obvio deveria ser visto e entendido e não deixar confuso. Todos os sinais estão na tua cara. O menino que te ama. A menina que te quer. É duro quando as pessoas tem muitos dedos, pra segurar coisas que são simples e se pega apenas com um dedo só. Amigos que passam por isso, eu passo por isso. Tá com medinho? Toma vergonha e seja "HOMEM", "MULHER". Ta na sua cara, olhe e veja, sem medo, sem ressalvas, aproveita-o-que-o-destino-te-deu-de-mão-beijada, divirta-se, se esbalde e como diria a Marta: “Relaxa e goza”.
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(Por pior que isso possa suar, eu adoro, quando as coisas vem ao seu tempo, mas realmente esperar não é uma das minhas virtudes, eu enjôo, fácil já disse isso antes, e acho melhor quando as pessoas tomam atitudes rápidas, nem precisam ser exatas, mas algo precisa acontecer, senão eu me desprendo tão rápido como me prendi)
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(Hahahahahahaha!!!!!!! Muitos dedos nas mãos e nenhuma ação delas no meu corpo, urgh!)
(Alô, alô turista, segue o conselho da Martinha)
sábado, 21 de março de 2009
Tainted Love
Sometimes I feel I've got to
Run away I've got to
Get away
From the pain that you drive into the heart of me
The love we share
Seems to go nowhere
And I've lost my light
For I toss and turn I can't sleep at night
.
Once I ran to you (I ran)
Now I'll run from you
This tainted love you've given
I give you all a girl can give you
Take my tears and that's not nearly all
Oh...tainted love
.
Now I know I've got to
Run away I've got to
Get away
You don't really want any more from me
To make things right
You need someone to hold you tight
And you think love is to play
Well I'm sorry I don't see that way
.
Once I ran to you (I ran)
Now I'll run from you
The tainted love you've given
I give you all a girl can give you
Take my tears and that's not nearly all
Oh...tainted love
Tainted love
.
Don't touch me please
I cannot stand the way you tease
I know you hurt me so
If I do not pack my things go
Tainted love, tainted love
Tainted love, tainted love
Tainted love
Take about the tainted love...
.
.
(Even though is older (1964) I picked this version, from the year I was born. 1976 - Gloria Jones - Tainted Love)
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Run away I've got to
Get away
From the pain that you drive into the heart of me
The love we share
Seems to go nowhere
And I've lost my light
For I toss and turn I can't sleep at night
.
Once I ran to you (I ran)
Now I'll run from you
This tainted love you've given
I give you all a girl can give you
Take my tears and that's not nearly all
Oh...tainted love
.
Now I know I've got to
Run away I've got to
Get away
You don't really want any more from me
To make things right
You need someone to hold you tight
And you think love is to play
Well I'm sorry I don't see that way
.
Once I ran to you (I ran)
Now I'll run from you
The tainted love you've given
I give you all a girl can give you
Take my tears and that's not nearly all
Oh...tainted love
Tainted love
.
Don't touch me please
I cannot stand the way you tease
I know you hurt me so
If I do not pack my things go
Tainted love, tainted love
Tainted love, tainted love
Tainted love
Take about the tainted love...
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(Love this song and I thing it have all to do with this moment, just got back from a day which I tought would never end, but is over now. The cover is good, (Soft Cell) but I got to know the original not sure which one I prefer better, but decided to show the original once u all know the cover,)
.
(Even though is older (1964) I picked this version, from the year I was born. 1976 - Gloria Jones - Tainted Love)
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sexta-feira, 20 de março de 2009
Eu coração SP
Esses dias atrás, tentando curtir o resto dos dias quentes de verão, sai sem destino e sem “querer” passei em frente a sua casa, pensei em parar e tocar a companhia, mas sabia que você não estava, não vi seu carro na garagem. Na verdade eu sei que você não mora mais lá. Não sei dizer se algo positivo ou negativo me passou pela cabeça ou pelo o coração, por que não é só o fato de passar em frente sua ex casa que me tonteia a mente ou me aperta o coração.
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Sua casa, nossa, já foi palco de muitas alegrias, mas também muitas tristezas, muita festas, muitas brigas, o passar pela frente dela eu posso evitar. Mas a cidade inteira lembra você, minha cidade, sua cidade, onde nascemos e a qual escolhemos pra viver, podíamos estar em qualquer outra parte do país, qualquer outro lugar do mundo, mas estamos aqui.
Sua casa, nossa, já foi palco de muitas alegrias, mas também muitas tristezas, muita festas, muitas brigas, o passar pela frente dela eu posso evitar. Mas a cidade inteira lembra você, minha cidade, sua cidade, onde nascemos e a qual escolhemos pra viver, podíamos estar em qualquer outra parte do país, qualquer outro lugar do mundo, mas estamos aqui.
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E vivemos tentando não nos esbarrar (pelo menos eu), sinto quando você vai chegar aos lugares que estou, então tento sempre sair pela porta dos fundos pra não ter que te encontrar. Como naquele dia do bar, quando senti que você chegava, me despedi rapidamente dos amigos, sem explicar o motivo, peguei minhas coisas e rumei sentido à saída dos fundos, você neste momento entrava, mas esqueceu algo no carro e teve que voltar.
E vivemos tentando não nos esbarrar (pelo menos eu), sinto quando você vai chegar aos lugares que estou, então tento sempre sair pela porta dos fundos pra não ter que te encontrar. Como naquele dia do bar, quando senti que você chegava, me despedi rapidamente dos amigos, sem explicar o motivo, peguei minhas coisas e rumei sentido à saída dos fundos, você neste momento entrava, mas esqueceu algo no carro e teve que voltar.
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O destino é uma bruxa e suas maneiras, joga seus encantos na vida da gente e com suas maneiras de
mudar o caminho do homem, encanta tudo à que sorri. Ainda lembro, final de outono começo de inverno e a cidade tremia com ventos gelados e temperaturas baixas, baixas o suficiente para fazer fumaça com o ar quente que saia da gente. Enquanto pegava meu casaco, acabamos por esbarrar um no outro, você sorriu pra mim e eu sem graça tentei disfarçar meu nervosismo, não queria que você me visse daquele jeito, cheio de barba, com a mesma roupa suada de um dia inteiro de trabalho. Você estava linda como sempre, maquiada como uma boneca, saltos altos, cabelos presos, seu casaco cobria seu vestido decotado, exatamente como eu gosto, seu perfume logo me inebriou, entonteceu, fiquei mais tenso do que estava.
O destino é uma bruxa e suas maneiras, joga seus encantos na vida da gente e com suas maneiras de

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Sorri com cara de surpresa (mas eu já sabia que você estava por perto). Você me sorriu com cara de saudade e perguntou por que eu estava indo embora, eu menti. Disse que estava chegando, seu sorriso foi verdadeiro quando me pediu pra sentar com você e suas amigas moderninhas. Eu sinto muito tua falta pensei em dizer, mas recusei seu convite, disse que era aniversário de um brother (menti de novo). Você colocou suas mãos pra trás e olhou para seus sapatos, sinal de que estava decepcionada, mas levantou sua cabeça e me deu um beijo, doce, nos lábios. Sei que você quer que sejamos amigos, só amigos. Mas pra mim ainda não dá, fui louco por você e por tanto tempo e apesar de tudo que passamos juntos, às vezes sinto que esta cidade ficou minúscula pra nós dois, nossos velhos sonhos e futuros amores. E mesmo amando esta cidade mais que todas as outras que conheci, acho que é hora deu partir, por que eu ainda te amo mais do qualquer uma que já amei.
Sorri com cara de surpresa (mas eu já sabia que você estava por perto). Você me sorriu com cara de saudade e perguntou por que eu estava indo embora, eu menti. Disse que estava chegando, seu sorriso foi verdadeiro quando me pediu pra sentar com você e suas amigas moderninhas. Eu sinto muito tua falta pensei em dizer, mas recusei seu convite, disse que era aniversário de um brother (menti de novo). Você colocou suas mãos pra trás e olhou para seus sapatos, sinal de que estava decepcionada, mas levantou sua cabeça e me deu um beijo, doce, nos lábios. Sei que você quer que sejamos amigos, só amigos. Mas pra mim ainda não dá, fui louco por você e por tanto tempo e apesar de tudo que passamos juntos, às vezes sinto que esta cidade ficou minúscula pra nós dois, nossos velhos sonhos e futuros amores. E mesmo amando esta cidade mais que todas as outras que conheci, acho que é hora deu partir, por que eu ainda te amo mais do qualquer uma que já amei.
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(A saída é tão perto da entrada quanto o coração do estômago)
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terça-feira, 17 de março de 2009
My Heart Aches São Paulo.

Existe um período do ano em, minha querida, São Paulo que mesmo depois de um dia de sol intenso, eu acordo no meio da noite sentido o som do vento batendo forte em minha janela, isso pode significar que mais uma frente fria chegou à cidade ou que já estamos, muito, próximos do inverno. A necessidade de uma manta mais grossinha para me cobrir é inevitável, assim como é inevitável a lembrança, a saudade de um corpo quente próximo ao meu e essa “lembrança” às vezes é capaz de deixar uma tristeza imensa dentro da mim, só a manta é pouco, por que agora, não é só o vento que sopra o vazio. É o vazio que se faz presente do lado de fora e aqui dentro do meu quarto, em minha cama, em meu coração.
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(THERE IS NO PLACE TO HIDE INSIDE OURSELVES)
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Ciranda
Caí nessa ciranda de um corpo só
Meu corpo foi ao chão sem dó.
Sem mãos para dar
Sem sorriso para olhar
Passa pelo meu corpo o vento à soprar.
Caí nesta ciranda,
Que não é de criança
Meio infantil como tal
Mas, sem música no final.
E vejo o mundo
Girar em volta
E as coisas que não tem volta.
Largo minha mão solta
E sem sorriso na boca.
Um olho fechado
E outro fita o passado.
Caí de gaíato nesta ciranda.
E ela não gira nem anda.
Deixa o gosto de saudade.
Mas, lamantar não cabe mais nesta idade.
Não quero mais, ter em mim maldade.
Quero apenas dar adeus à infelicidade.
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Meu corpo foi ao chão sem dó.
Sem mãos para dar
Sem sorriso para olhar
Passa pelo meu corpo o vento à soprar.
Caí nesta ciranda,
Que não é de criança
Meio infantil como tal
Mas, sem música no final.
E vejo o mundo
Girar em volta
E as coisas que não tem volta.
Largo minha mão solta
E sem sorriso na boca.
Um olho fechado
E outro fita o passado.
Caí de gaíato nesta ciranda.
E ela não gira nem anda.
Deixa o gosto de saudade.
Mas, lamantar não cabe mais nesta idade.
Não quero mais, ter em mim maldade.
Quero apenas dar adeus à infelicidade.
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Gira, Pára, Corre
(E o tempo corre veloz, atrás dele segue o vento, ele, o vento, não tem tempo, ele, o tempo, tem pressa na carona do vento.)
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Esses dias atrás forcei a barra e acabei descobrindo algumas coisas que não deveria saber, acabei encaixando algumas peças que faltavam neste quebra-cabeça. Um pouco decepcionado sim, mas isso em parte é culpa minha também, faz parte. Talvez tenha sido melhor assim, por que acabei sentando e reavaliando um monte de coisas que deveria ter prestado atenção há muito tempo atrás.
E com isso tudo me deu uma saudade de uma amiga que está longe, que não participa de meu dia a dia, mas que me conhece bem, e sua visão crítica dos fatos ocorridos nestes últimos tempos, ela tem razão em dizer o que diz (muita coisa eu fingia não ver) e eu uma besta em não ouvir.
Mas nunca é tarde pra prestar atenção nas vozes que estão dentro da gente e nas vozes dos amigos que nos querem bem. É bom deixar a chuva molhar, correr pra tentar acompanhar ou simplesmente parar e deixar todo o resto girar em volta.
Você me faz falta.
Obrigado amiga.
E com isso tudo me deu uma saudade de uma amiga que está longe, que não participa de meu dia a dia, mas que me conhece bem, e sua visão crítica dos fatos ocorridos nestes últimos tempos, ela tem razão em dizer o que diz (muita coisa eu fingia não ver) e eu uma besta em não ouvir.
Mas nunca é tarde pra prestar atenção nas vozes que estão dentro da gente e nas vozes dos amigos que nos querem bem. É bom deixar a chuva molhar, correr pra tentar acompanhar ou simplesmente parar e deixar todo o resto girar em volta.
Você me faz falta.
Obrigado amiga.
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(Queria poder dizer tudo o que penso, mas não posso. Por isso guardarei em mim este momento.)
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
10X15 (Mr. Floyd).
He came with us to this house he was still a baby. I remember when I first laid my eyes on him; he was sloppy with his floppy ears, his fast tail and those sad eyes I felt in love with him at the first sight. He was named after a Tornado, like the one he was. This happened at a mall somewhere around the Quaker Town. He came in a box, he was supposed to make me company while B wasn’t at home, we lived far away from the city, in the suburbs at Harleysville. To go to school I had to ride my bike some miles, park it in a supermarket and then take a bus. Because everything was so far away I need “someone” to count on to make me company. He had two other “brothers” Friday and Wednesday (two albino ferrets), but we couldn’t have them for a long time.
He was this little Tasmanian devil with an strong bark, Friday used to grab a part of his mouth every time he tried to play with him. And Wednesday hide himself behind the couch and jumped on his back, trying to surprise him. Sometimes we had to lock him in the basement so he wouldn’t destroy the whole house, but he liked to nose around in the boxes full of crap and eat light bulbs, so dangerous but so funny to catch him with it in his mouth.

He learned me, he knew when I was sad, so he would seat with me on the couch, he used to come looking at me with his silly face and he would put his head on my lap and then lay down with his belly up so I would pat it. He loved it. I liked to do it too. And I learned him as well, he hated to get his pawns wet so he wouldn't go out in a rainy day so he always peed halfway the house thru the dog door, but he loved to play outside in the snow. So cute!
He was mean sometimes, like one day I tried to take from him a rug that he was eating and he bitted my thumb and punched a hole on it. It bled a lot; he knew he did something bad so he went downstairs to the basement and hided there until B came home, he knew it would be safer, cause I was really mad.
But he was a nice "guy" after all, he was a bit scared of other dogs but loved to have people around, he was always happy when we had parties and he would hang around as if he was one of the guys, telling the truth he was one of my guys. He was also a link to this time, to this past live, the one that just like him isn’t coming back anymore. I will miss you crabby but cool dog.
(Floyda doido playing in the snow)
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
"A felicidade é um par de botas"
O que é felicidade?
Essa realmente é uma pergunta difícil de responder, algum tempo atrás estava meu pai e eu no carro conversando sobre um assunto qualquer, eu gosto muito de conversar com meu pai, e ele solta essa frase que de vez em quando diz, desde pequeno eu ouço isso, mas somente naquele dia fez sentido, eu consegui finalmente pegar o significado.
Percebi então que essa busca incansável pela felicidade é uma coisa que existe dentro de cada um de nós, indiferente da classe social, gênero e idade e por diversas fases da vida ela está ligada a alguma coisa (pessoa) que naquele momento faz toda a diferença, é a peça que falta dentro da gente pra, às vezes, completar nosso próprio sentido.
A menina que ganha a tão desejada Barbie (peão), ou menino e seu mega videogame (ou não), receber a visita de um primo(a), visitar a vovozinha que mora longe, sentido que se faz e sentido que se dá. Mais tarde quando adolescente, ir ao shopping, ver um filme com a galera sem a supervisão dos pais, dar o primeiro beijo no “escurinho do cinema”, viajar pra praia com a família do amigo.
Ai agente vai crescendo, o motivo, a sensação cresce em conceitos, ter seu primeiro emprego, ganhar o primeiro salário, ter a roupa de uma determinada marca, sei lá, carro, entrar naquela facul, passar no estágio. Ser promovido, de atendente pra caixa, ver o ex-chefe cuzão se foder, cada um cada um.
As coisas vão progredindo com o tempo, uma noite especial com uma pessoa, especial, aquele torpedinho na manhã seguinte, estar apaixonado e ser correspondido, aquele Carnaval na praia, muito churras e bebedeira com os amigos, aquela viagem pra Europa. Aquele bilhete só de ida, marcando o retorno ao seu Estado ou seu País. E tudo mais que possa ser gostoso naquele momento, naquela fase. Que nos dê um sentido especial que nos crie um sorriso nos olhos, alegria, uma satisfação mesmo que efêmera.
A felicidade ao meu ver, às vezes, não está relacionada ao todo, mas sim aos pedacinhos que montam este complexo quebra-cabeça que é a humanidade, podem mudar rumos pra sempre ou simplesmente acalentar o coração, são os pequenos gestos, as pequenas conquistas, as pequenas idas e vindas, são os pequenos passos dados dia após dia, ano após ano. Ou às vezes simplesmente e tão somente a felicidade é “apenas” um par de botas.
Essa realmente é uma pergunta difícil de responder, algum tempo atrás estava meu pai e eu no carro conversando sobre um assunto qualquer, eu gosto muito de conversar com meu pai, e ele solta essa frase que de vez em quando diz, desde pequeno eu ouço isso, mas somente naquele dia fez sentido, eu consegui finalmente pegar o significado.
Percebi então que essa busca incansável pela felicidade é uma coisa que existe dentro de cada um de nós, indiferente da classe social, gênero e idade e por diversas fases da vida ela está ligada a alguma coisa (pessoa) que naquele momento faz toda a diferença, é a peça que falta dentro da gente pra, às vezes, completar nosso próprio sentido.
A menina que ganha a tão desejada Barbie (peão), ou menino e seu mega videogame (ou não), receber a visita de um primo(a), visitar a vovozinha que mora longe, sentido que se faz e sentido que se dá. Mais tarde quando adolescente, ir ao shopping, ver um filme com a galera sem a supervisão dos pais, dar o primeiro beijo no “escurinho do cinema”, viajar pra praia com a família do amigo.
Ai agente vai crescendo, o motivo, a sensação cresce em conceitos, ter seu primeiro emprego, ganhar o primeiro salário, ter a roupa de uma determinada marca, sei lá, carro, entrar naquela facul, passar no estágio. Ser promovido, de atendente pra caixa, ver o ex-chefe cuzão se foder, cada um cada um.
As coisas vão progredindo com o tempo, uma noite especial com uma pessoa, especial, aquele torpedinho na manhã seguinte, estar apaixonado e ser correspondido, aquele Carnaval na praia, muito churras e bebedeira com os amigos, aquela viagem pra Europa. Aquele bilhete só de ida, marcando o retorno ao seu Estado ou seu País. E tudo mais que possa ser gostoso naquele momento, naquela fase. Que nos dê um sentido especial que nos crie um sorriso nos olhos, alegria, uma satisfação mesmo que efêmera.
A felicidade ao meu ver, às vezes, não está relacionada ao todo, mas sim aos pedacinhos que montam este complexo quebra-cabeça que é a humanidade, podem mudar rumos pra sempre ou simplesmente acalentar o coração, são os pequenos gestos, as pequenas conquistas, as pequenas idas e vindas, são os pequenos passos dados dia após dia, ano após ano. Ou às vezes simplesmente e tão somente a felicidade é “apenas” um par de botas.
(Seja perto ou longe, vou sentir saudades de vocês, Gu e Guria)
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009
10X15 (Manuel)
No domingo passado estava na casa de minha mãe e depois de passar horas tentando ver um CD com fotos que minha tia trouxe do Maranhão, finalmente conseguimos ver as fotos estilo slide-show num daqueles DVDs-Toca-tudo. Fiquei saudoso e emocionado ao ver uma foto do meu avozinho Manuel, ele se foi a algum tempo já, deu uma certa tristeza, uma grande saudade, tanta coisa que lembro do meu avozinho...
10x15 era apenas o formato de uma foto que traduzia não uma vida mas um momento parado nela, ele em pé com sua carinha triste perdida, fia você é minha neta? Perguntava meu avô à minha prima que tirava a foto, meio contrariado pois ele não conseguia lembrar quem era a moça bonita com barriguinha de fora que parecia estar com ousadia mostrando a
quela maquina estranha na cara dele.
Em pé camisa branca, tão diferente do que eu lembrava, velhinho com cabelos brancos, cara enrugada, mãos cançadas, suas orelhas grandes e compridas que só quem vive tanto tempo consegue te-las, (orelhas e nariz nunca param de crescer) nem sei a idade dele naquela foto, muito menos a idade que ele tinha quando ele se foi.
Em pé ali calças cinzas, mãos paradas de cada lado de seu corpo, lembro que ele vivia batendo as mãos uma na outra, cantando alguma música que não fazia sentido ou assobiando, alto, sempre animado, sempre otimista. Quando perguntávamos se ia chover naquele dia, mesmo com o céu fechado, ele dizia que iria fazer muito sol (como no Maranhão) era só esperar pra ver e se não fizesse hoje, faria amanhã.
Em pé, parado, com seus chinelos, os de dedo não fia, eu não gosto do cabresto ai pelo meio, ele nos ensinava fazer arapuca pra pegar passarinho, tinha paciência de ficar lá esperando aparecer o passarinho que ele queria pegar, senão fosse ele soltava e pronto. Ele era engraçado, várias vezes, minha mãe não o deixava tomar café puro, na idade dele nem sei se era bom mesmo, porque ele ficava agitado, mas de vez em quando o pegávamos tomando café puro e dizíamos a ele que não era bom, então ele ia a cozinha e enchia um copão de leite e tomava, de uma vez, ai começava a pular pela casa, parecia um canguru. E quando perguntávamos o por que ele pulava ele dizia que era pra misturar o leite ao café que tinha tomado.
Parada em algum lugar está a memória dos dias quentes em São Mateus, roubávamos manga e depois de fugir do boi-bravo, comíamos à sombra de uma árvore, onde meu avô esperava, depois ia no cavalo com ele tomar banho no rio Tapuio, ele carregava sua espingarda ao lado do cavalo, nos ensinava a atirar eu devia ter uns dez anos quando dei meu primeiro tiro.
Parada aqui dentro está a lembrança das noites quentes, céu negro-azulado e tão cheio de estrelas, cheiro de bosta de vaca, cheiro de goiaba, brisa que assobiava entre as frestas das janelas das casinhas simples, paredes de barro, telhado de palha, deitados na rede ele contava suas histórias de lobisomem, mula sem cabeça, mulheres de branco e suas caçadas pela aquela mata toda a fora e aqui dentro ficou só a saudade.
(Saudade sentimento que não passa nunca e jamais acaba)
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Perto dos quarenta, passado, os vinte, no meio dos trinta
Estou mais perto dos quarenta do que estive dos trinta quando tinha vinte, a sensação de que o tempo corre muito mais, rápido, agora do que já correu em minhas veias. Meu relógio is ticking, ticking assust-a-dor-a-mente-veloz e às vezes me pego sentido inveja, inveja da juventude que meu passado experimentou. Não sei exatamente pra onde estou indo, sei que vou, pra algum, lugar, este que não me causa ansiedade nenhuma em descobrir, sou cidadã de meu mundo dona de meu universo.
Não posso negar que me coração por vezes pára em algum aeroporto qualquer, às vezes pára na frente de meu computador esperando que ele me mande um e-mail, dizendo que pensa em mim e que sente saudade, mas na verdade não precisa ser ele. Pode ser um novo suspiro ao passear pela cidade, que me reencontra, renova as esperanças, ou num reencontro inesperado num bar ou restaurante.
Só sei de uma coisa, não quero chegar aos meus quarenta, esperando, não sei se devo ir atrás, não sei se devo ir à frente. Mas não saber às vezes é bom, da friozinho na barriga, asas de borboletas roçando nas paredes de meu estômago, súbito arrepio de uma saudade de algo que nem mesmo sei o que, ainda, é, saudade de sentir saudade e ser objeto de saudade. Sim objeto; como aquela primeira bicicleta na qual aprendi a pedalar, ou uns patins que me derrubaram tantas vezes e me ensinaram a levantar sempre e nunca desistir.
Não sei se ando me expressando bem, você me entende? Acho que estou te confundindo, atrás das fretas das portas espio o mundo, não por medo de sair, mas por medo de não estar no mundo, no meu próprio, mundo esse que criei que acho que não sinto, sinto sim, curiosidade, sobre o que vem pela frente. Não sei dizer ao certo se é isso, não sei nem ao certo se quis dizer tudo isso, a vida é confusa. Agente se confunde pelo meio do caminho, medo, a solidão pode ser amarga, mas acho que não sentí la amarga muito mais. Entende?
Mas pra que parar tudo pra tentar entender o que digo, estou aqui sentada altas horas da madrugada, mas acho que já é dia no mundo lá fora, longe daqui de dentro. O sol brilha, lá longe, atrás das frestas de minha janela, a qual coloquei não pra me proteger, mas pra achar que não preciso achar nada. Abre agora, deixe o sol entrar. Aquele que queima minha retina, mas eu não ligo. Por que estou aqui deste outro lado que me fascina e me encanta.
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(Não pense que falo de você, falo de mim e do que não sou, coragem e coração, você.)
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domingo, 28 de dezembro de 2008
Volver
Yo adivino el parpadeo
De las luces que a lo lejos
Van marcando mi retorno.
Son las mismas que alumbraron
Con sus plidos reflejos
Hondas horas de dolor.
Y aunque no quise el regreso
Siempre se vuelve
Al primer amor.
La vieja calle
Donde me cobijo
Tuya es su vida
Tuyo es su querer.
Bajo el burln
Mirar de las estrellas
Que con indiferencia
Hoy me ven volver.
Volver
Con la frente marchita
Las nieves del tiempo
Platearon mi sien.
Sentir
Que es un soplo la vida
Que veinte aos no es nada
Que febril la mirada
Errante en las sombras
Te busca y te nombra.
Vivir
Con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez.
Tengo miedo del encuentro
Con el pasado que vuelve
A enfrentarse con mi vida.
Tengo miedo de las noches
Que pobladas de recuerdos
Encadenen mi soar.
Pero el viajero que huye
Tarde o temprano
Detiene su andar.
Y aunque el olvido
Que todo destruye
Haya matado mi vieja ilusin,
Guardo escondida
Una esperanza humilde
Que es toda la fortuna
De mi corazon.
Volver
Con la frente marchita
Las nieves del tiempo
Platearon mi sien.
Sentir
Que es un soplo la vida
Que veinte aos no es nada
Que febril la mirada
Errante en las sombras
Te busca y te nombra.
Vivir
Con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez.
(Gardel)
(Cena do Filme "Volver"de Pedro Almodóvar - Com Pénelope Cruz)
De las luces que a lo lejos
Van marcando mi retorno.
Son las mismas que alumbraron
Con sus plidos reflejos
Hondas horas de dolor.
Y aunque no quise el regreso
Siempre se vuelve
Al primer amor.
La vieja calle
Donde me cobijo
Tuya es su vida
Tuyo es su querer.
Bajo el burln
Mirar de las estrellas
Que con indiferencia
Hoy me ven volver.
Volver
Con la frente marchita
Las nieves del tiempo
Platearon mi sien.
Sentir
Que es un soplo la vida
Que veinte aos no es nada
Que febril la mirada
Errante en las sombras
Te busca y te nombra.
Vivir
Con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez.
Tengo miedo del encuentro
Con el pasado que vuelve
A enfrentarse con mi vida.
Tengo miedo de las noches
Que pobladas de recuerdos
Encadenen mi soar.
Pero el viajero que huye
Tarde o temprano
Detiene su andar.
Y aunque el olvido
Que todo destruye
Haya matado mi vieja ilusin,
Guardo escondida
Una esperanza humilde
Que es toda la fortuna
De mi corazon.
Volver
Con la frente marchita
Las nieves del tiempo
Platearon mi sien.
Sentir
Que es un soplo la vida
Que veinte aos no es nada
Que febril la mirada
Errante en las sombras
Te busca y te nombra.
Vivir
Con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez.
(Gardel)
(Cena do Filme "Volver"de Pedro Almodóvar - Com Pénelope Cruz)
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domingo, 21 de dezembro de 2008
Oi! É, eu te liguei sim...
Queria dizer tanta coisa, queria que você soubesse como estou chateada por você não dar a mínima pelos meus sentimentos. Sim queria saber por que você tem me evitado. E às vezes me procura no meio da noite, vai embora arrependida antes do amanhecer.
Sim, sei que você ainda está puta comigo, como eu já estive puta com você várias vezes, todas que você me procurou pela cidade de bar em bar, bebendo em cada parada, e eu estava em casa esperando por você, tive que trocar meu pijama, sair pra segurar sua cabeça num puteiro qualquer da Augusta.
Eu sei as coisas entre agente sempre foram muito tensas, era na cama que resolvíamos tudo, nos acustumamos com essa tensão existen-sex-cial. Talvez fazíamos o que fazíamos pra poder fazer amor com raiva, amor de reconciliação.
Sim a ligação foi curta sim, não podia demorar tinha muito mais a dizer, mas fiquei com medo. Medo de você não querer ouvir, de você rir de mim, me chamar de mentirosa como sempre faz, sei que é difícil de acreditar em mim, já passei por isso com você. Medo de acreditar.
Sim eu sei que você me ama, que meu perfume ainda está em seu travesseiro, sim eu ainda te amo em todos os segundos que a vida consome, não, não estamos mais juntas, mas é por orgulho, amargo, engolido-a-seco-entre-tragos-de-cigarro.
É eu te liguei sim, queria te dizer muito mais, mas, naqueles poucos segundos complexos da ligação, enquanto você dizia; Alô, alô; Não tive coragem, ouvi tua voz me embananei toda com meus pensamentos e desliguei...
(Ouvindo "Futuros Amantes" Angela Roro)
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Wrong Options and Bad Doings

E eu que não tinha muito... Agora contemplava minhas outras opções, alinhadas uma a uma (como balas no pente) em minha frente, pouco restara pra escolher, pouco restara da própria escolha. Senão tudo que se pode esperar de uma escolha errada. Nada parecia promissor a não ser o tiro certeiro de uma roleta russa ao inverso.
Eu que deixei minha sombra zombar de mim, mesmo, dando passos a meia luz, pândega, (Arrependida), traído pelos próprios pensamentos e imaginação, achava muita coisa, metade verdade, metade mentira, sempre dividi o que tinha, como se fosse, só meu. (outra opção errada, a-certo). Oprimido pela esperança, de refresh em refresh, nada entrava na minha caixa e-mail, nem mesmo os torpedos de bom dia, ou o cantar do “corujão”. Agora que me (se) fodam todos os outros... Torpedos promocionais, não quero concorrer a carros! Não quero tickets para ver shows que não consegui, durante toda a madrugada, comprar o ingresso.
Olhava pelo vidro embaçado da porta, sua voz era distorcida (...), (Não, não é uma arma; é apenas a fivela do meu cinto), como as imagens da casa de espelhos do circo. É, é mesmo, tudo palhaçada. A vida toma rumos, os quais o palhaço desconfia e freira grita (de horror aos pensamentos pronunciados), cansado de olhar pra trás esperando que você me seguisse até aqui. Mas nada escorreu morro acima.
Nada, por vezes pode ser mais abrangente que tudo, por que tudo se define e nada, nada se pode esperar. É como uma queimada que abaixo consome tudo (de saudade) (aqui dentro), quem tem asas voa e quem tem pernas corre e só ficam as brasas e cinzas. Um sopro pode apagar uma vela, mas não pode apagar um incêndio. Pelo menos não este aqui.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
"Quem Fo De Bem Sai Saindo!"
Não sei se vocês sabem, mas eles estão despejando os moradores do Edifício Mercúrio, nas imediações do Mercado Municipal, pois ele e seu irmão siamês o São Vito serão demolidos para dar lugar a uma praça.
Sinto pelas as famílias de bem que ainda residem no tal prédio, o Natal ta ae gente! Podiam esperar até que ele passasse, depois do Ano Novo, talvez. Imagino que criar filhos dividindo corredores, escadas e elevadores com marginais, prostitutas e afins, é ruim, mas ficar no meio da rua é muito pior.
O prédio construído nos anos 50 ta detonado, feio, pixado, considerado uma das maiores desgraças paulistanas, (uma favela vertical), com 24 andares e 84 apartamentos, ainda assim está com sua estrutura intacta. (não dá pra controlar quem mora ou deixa de morar lá).
É impossível falar apenas do que se sabe e entende, não sei muito e pouco entendo de certas coisas. Mas, sei que um dia, anos atrás conheci um garoto loiro de olhos azuis que havia sido largado pela mãe. E uma moça, colega de trabalho, da mãe, o pegou pra criar junto com seus outros dois filhos, ela é negra (o politicamente correto é afrobrasileira?). Era mãe solteira (mas, tinha vários namorados que a ajudavam) e com todas as dificuldades e podendo passar por outras mais com um filho branco, (tem que dar muita explicação para as pessoas), sem vacilar pegou o menino abandonado, pela amiga, pra criar.
Ele morava num prédio próximo ao "Treme-treme", e às vezes quando ia visitá-lo era divertido ficar olhando todos os tipos que viviam e passavam pelo prédio, observávamos as putas atendendo seus clientes em um andar, a pianista em outro. Em sua frente, homens trocavam papeis com outras pessoas que passam de carro e famílias saiam com várias sacolas e barracas indo trabalhar na 25 de Março.
No terceiro andar, ouvíamos o cantar rouco de uma travesti e víamos o penar da senhorinha aposentada que olhava o resto da vida passar, junto com o barulho dos caminhões vindo do CEASA, ou no quarto o dançar, em frente ao espelho, de outra pessoa.
Tudo parecia tão colorido, tão vivo e alegre, por vezes triste quando víamos brigas por causa de acordos mal acordados, mas era assim algumas de nossas tardes ou manhãs, debruçados na janela observando a vida diferente da nossa e nem sabíamos do que aquilo tudo (todo aquele intercalar de vidas) se tratava.
Essa é só uma lembrança de um prédio que só fez uma pequena diferença em minha vida, pois eu era apenas um visitante de um prédio vizinho, imagina pra quem viveu lá por mais de sete, doze anos ou grande parte da própria vida.
(Achei que essa musica tinha a ver com o post, peguei umas imagens da cidade, favelas, pessoas, conflitos, street art e fotos de outros prédios abandonados inclusive o próprio)
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