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sábado, 25 de julho de 2009

Luzes na rodovia

Se tudo é e existe por algum motivo. Por que essa sensação estranha que por hora ou outra me persegue, sensação esta, de que está tudo errado e que tudo errado se faz presente cada vez mais a cada momento. Se no caminho tem flores eu não percebo e se tem pedras sou o primeiro a pisar.
As coisas se tornaram estranhas mesmo sem ser e se é o que não é, por que devo me preocupar tanto, e senão é o que se supõe ser, por que deve ser? A verdade é que tudo parece ser complicado sem ser e tudo o que não é, complicado, se complica pelo caminho.
É difícil não olhar para trás, é difícil não slow down pelo caminho, mas tudo passa como imagens distorcidas pelas laterais, como luzes rápidas de carros na rodovia.
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SUPÕE
Composição: Silvio Rodriguez - Versão De Chico Buarque
Supõe que já cruzamos pela vida
Mas nos deixamos sempre para trás
Porque eu andava sempre na avenida
E tu corrias pelas transversais
Supõe que num comício colorido
A praça, enfim, vai nos conciliar
Supõe que somos do mesmo partido
Supõe a praça a se inflamar
Bandeiras soltas pelo ar
E tu começas a cantar
Supõe que eu vibro, comovida
E supõe que eu sou tua canção
.
Supõe que te apresentas como amigo
E me perguntas nome e profissão
Comentas que faz sol, ou tem chovido
Ou outro comentário sem razão
Supõe que eu te observo, compreensiva
Porém não tenho nada a acrescentar
Supõe que falas coisas dessa vida
Como querendo aparentar
Que tu tens muito o que contar
Que és um tipo original
Supõe que rio, divertida
E supõe que eu sou tua canção
.
Supõe que nós marcamos um cinema
Mas chegas lá pro meio da sessão
Pois teu trajeto tem algum problema
Que só te leva numa direção
Supõe que agora a tela me ilumina
Tu ficas assistindo ao meu perfil
Supõe a minha mão tão recolhida
Que não percebe a tua mão
Que não percebe a minha mão
Que não é sim, que não é não
Supõe que eu sigo distraída
E supõe que eu sou tua canção
.
Supõe que a boa sorte é nossa amiga
E que das 3 às 5 pode ser
Meu pai acaba que dobrar a esquina
E tu vens me encontrar, enfim mulher
Supõe que sem pensar nos abraçamos
Supõe que tudo está como previmos
É a primeira vez que nos amamos
Supõe que falas sem parar
Supõe que o tempo vem e vai
Supõe que és sempre original
Supõe que nós não nos despimos
E supõe que eu sou tua canção
.
(Não lembro de ter ouvido a música, mas gostei da letra.)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

23:55h

Só vou até aqui, por favor, não me peça para ir adiante. Onde tudo parece festa e alegria existe um buraco negro que do meio do peito te revira tudo que é de dentro para fora. É, é no final desta rua que vai à esquina com aquela que leva a lugar nenhum. Sim existe um prédio laranja, com poucos andares eu sei.

Sim foi lá que eu vivi, era no segundo andar, vendo daqui não dá pra enxergar direito, mas preste atenção. É o único andar com as luzes apagadas. Quando eu morei ali, a esta hora da noite era ao contrário. Lembro que os dias eram quentes, longos, muito longos e as noites eram curtas e frias. O vento soprava baixinho como um assobio, entrava por todas as frestas e furos do telhado e sempre encontravam meu corpo.

Durante o dia deitada em minha cama, não tinha forças para me mover, dela mesma, fechava minhas cortinas esperando que o sol ficasse do lado de fora para que eu pudesse dormir mais um pouco quando, ainda, o álcool da noite anterior circulava dentro do meu corpo ensaiava um ensaio de sono que me garantia mais meia, uma hora, tranquila no silêncio da minha mente. Mas a rua do lado de fora estava viva, e o calor gritava e eu tentava me esconder atrás das cortinas grossas de veludo verde.

Nunca senti fome ali, mas engordei quilos e quilos, acho que era por que me movia pouco. Como uma vampira esperava que a noite caísse se dobrando por cima do dia e eu deitada no chão da sala, esperava que o movimento no corredor do prédio desaparecesse, todas aquelas sombras distorcidas que dançavam por baixo da porta iam-se e a calma no meu peito surgia, era como se elas vigiassem cada movimento meu, guarda costas que não guardavam nada.

Ascendia as luzes, sim todas as luzes, ligava o rádio bem alto, tirava toda minha roupa. Pulava e dançava. Ia até o banheiro, ligava chuveiro e voltava ao meu quarto pra escolher uma roupa, sabia que sairia sozinha mais uma vez. Tinha um namorado, mas ele pouco me servia, nunca estava e quando estava, estava bêbado demais para lembrar-se do próprio nome, imagina o meu.

Depois do banho secava meus cabelos com o secador enquanto mandava mensagens para todos que pudessem se importar, mas como sempre nenhuma resposta. Vestia então minha roupa, calcinha, calça, camiseta, botas longas com saltos muito altos e finos, sinto, acessórios, perfume, maquiagem e por cima de tudo um casaco longo até os joelhos. Estava quase pronta, tentava ligar pra ele, mas sem resposta, devia estar com alguma vagabunda por ai. Existe tão pouco que podemos fazer, às vezes, além daquilo que achamos que não devemos fazer.

Chaves no bolso do casaco, garrafa de Vodka em baixo do braço. De casa andava até a linha do trem, às vezes brincava, tentava equilibrar meu salto em cima do trilho, enquanto girava minha bolsa na ponta de meu dedo indicador da mão esquerda, com a mão direita, virava a garrafa de Vodka na boca. Andava, andava e andava, quando via os carros cruzarem os trilhos me escondia atrás das moitas e quando um trem passava, sempre pedia carona, às vezes eles paravam. Para onde ia? Não sei, nunca soube, só sei que para aquele prédio eu não volto mais.
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(Se todos os caminhos levam a algum lugar, porque ainda estou aqui?)

sábado, 9 de maio de 2009

Please, Come As A Bird

...
What should one do when he feels that his world is falling apart?
When he looks around he realizes,
he is the only one trying to stand still.
No other shoulders to measure with, felling alone, afraid and scared.
Only pieces of a one’s life flying above ones head.
No place for hopelessness, no seconds thoughts wasted.
No seconds left
In a life filled with deception, lies and misunderstandings.
No clean spot to look in the blue sky,
everything around is red,
blood red everything around become.
And unaccompanied, feeling the knees weakening,
One tries to look in the skies behind everything else that flies
Wishing that hope, come as a bird that flies by and with it's wings
Takes one away.
...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

My S2 still beating

Useless explanations about long gone things don’t make any difference. Not a real conversation about anything real, most time, just wondering about what is wrong. At the end, just a kiss good bye, the silence that made me think about the emptiness that felt my heart. Why?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Essas canções, que me tiram do sério.

Ai, ai hoje depois de ficar num dorme e acorda sem fim dentro do busão no caminho pra facul, estava super atrasado para primeira aula, teria prova na quarta e quinta aula, tecnologia têxtil, super legal a matéria, mas muito foda. Já cansado antes mesmo de chegar, finalmente alcanço a Avenida Rio Branco no centro, super charmosa com suas pequenas casinhas de strip e suas moças trabalhadoras e distintas de famílias boas, seus barzinhos lotados de simpáticos e perfumosos nigerianos, (tentando ser um pouco “Melissoliana”) e foi num destes bares que parei pra comprar cigarro, precisaria fumar um maço inteiro pra conter meu nervosismo antes da prova, dez perguntas dissertativas, sobre cores, tingimento, luz, espectrum de cor, estampa, cilindros, enxofre, banhos, alvejamento e afins, no meio de todos estes pensamentos enquanto observava em volta um barzinho simpático com azulejos brancos até a metade da parede o resto era de uma cor alaranjada, tinha mesinhas de aluminio e um radinho numa prateleira, pintada da mesma cor que a parede, no alto atrás do caixa, eu esperava o moço me dar meu troco e do radinho lá de cima pra baixo, em cima de mim, abriu a fossa...
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(Bethania - As Canções...)

(Uhum, aham, ah táh, a bit hard to think straight about the test or about anything else, just grabed my change and flew away, whishing for a hard rain to start)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Avoir de la "fièvre"

Rumo, sem rumo, desatento, desocupado, passado. Cara não existe coisa pior do que esperar pelos outros, pior ainda é não poder fazer nada enquanto se espera. As pessoas às vezes perdem a noção e isso me irrita muito. O que é obvio deveria ser visto e entendido e não deixar confuso. Todos os sinais estão na tua cara. O menino que te ama. A menina que te quer. É duro quando as pessoas tem muitos dedos, pra segurar coisas que são simples e se pega apenas com um dedo só. Amigos que passam por isso, eu passo por isso. Tá com medinho? Toma vergonha e seja "HOMEM", "MULHER". Ta na sua cara, olhe e veja, sem medo, sem ressalvas, aproveita-o-que-o-destino-te-deu-de-mão-beijada, divirta-se, se esbalde e como diria a Marta: “Relaxa e goza”.
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(Por pior que isso possa suar, eu adoro, quando as coisas vem ao seu tempo, mas realmente esperar não é uma das minhas virtudes, eu enjôo, fácil já disse isso antes, e acho melhor quando as pessoas tomam atitudes rápidas, nem precisam ser exatas, mas algo precisa acontecer, senão eu me desprendo tão rápido como me prendi)
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(Hahahahahahaha!!!!!!! Muitos dedos nas mãos e nenhuma ação delas no meu corpo, urgh!)

(Alô, alô turista, segue o conselho da Martinha)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Obrigado por aquele verão.

Sentia no ar o cheiro de manga madura, enquanto andava para a beira do rio para tentar refrescar minha pele que ardia com o calor daquela terra, passava pelas vacas, bois e touros. As vacas com suas grandes tetas e seus sinos barulhentos, os touros tem chifres e bolas, os bois, são só os bois.

Tentava fazer sentido de tudo que estava a minha volta, o verde que sofria com a falta de chuva, o burro que pastava magro, no fundo o barulho da cachoeira e o cachorro que latia avisando que chegara alguém. Não estava preocupado com isso queria apenas molhar minha cabeça em baixo das arvores na beira do rio. Sentia que aquele dia seria mais um dia sem sentido, mais um dia de inércia, não queria pensar nos meus problemas e já vinha fazendo isso por alguns dias.

As crianças no sitio do lado gargalhavam e suas risadas ecoavam por todo lado, mas isso não me incomodava, sentia que o sitio era muito mais barulhento do que a cidade e isso me agradava, apesar de procurar paz, também não curtia silêncio total. Ele me fazia me sentir só e na solidão dos meus pensamentos e na presença de algumas lembranças ficava triste.

Tirei a tolha de dentro de um cesto de palha que carregava, dentro dele havia também uma garrafa d’água uma faca, uma manga e uma banana, caso a fome apertasse demais. Tirei toda minha roupa e coloquei encima da pedra. Fui andando em direção água. Passei pelo antigo balanço que estava lá, ainda, pendurado naquela arvore de galhos que alcançavam a outra margem do rio.

Comecei a lembrar de uma história que ouvia na infância, quando alguns, antes de mim, primos e seus amigos e algumas primas e suas amigas que passavam o verão no sítio. Era muito divertido, apostavam corrida pra ver quem chegava primeiro até o rio e quem perdesse teria que carregar de volta para a casa todas as cestas, mochilas e sacolas que levavam com guloseimas e roupas para a beira do rio.

Era tudo muito ingênuo, as meninas e os meninos tiravam as roupas e nadavam pelados, mas com a puberdade as coisas foram mudando as meninas iam de manhã e os meninos à tarde porque caso perdessem noção da hora eles não tinha medo de voltar no escuro. Era assim o combinado. Meu avô fazia questão de que cumprissem o combinado, mas era inevitável as vezes que esse combinado se embananasse todo, lógico que os meninos iam escondidos espiar as meninas, que já espertas tomavam banho no rio com suas roupas de baixo, e às vezes o contrário acontecia também, mas os meninos, amostrados, faziam questão de ficar nus mostrando que já estavam virando homens e os pelos já existiam.

Mas era tudo tão simples então, até que as paixões começaram a se desenvolver, junto com os corpos, primos não podiam namorar, era o que diziam, mas é claro que muitos namoravam durante o verão no sitio escondidos dos pais, nenhum deles comentava nada, na verdade cada um era muito cúmplice do outro e era assim que viviam, era assim que descobriam muitas coisas sobre eles e sobre os outros. E foi então num final de verão que dois deles se apaixonaram. Ele não era primo era amigo do primo e ela queria mesmo era aproveitar o resto das estações com ele. Foi no final daquele verão de 75 e antes do próximo verão eu nasci.
(De sol em sol a terra se consome,
De dias em dias o tempo lentamente vai se acabando.
E o que sobra pra gente além das lembranças. E das lembranças o que sobra? Só as boas?
)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu coração SP

Esses dias atrás, tentando curtir o resto dos dias quentes de verão, sai sem destino e sem “querer” passei em frente a sua casa, pensei em parar e tocar a companhia, mas sabia que você não estava, não vi seu carro na garagem. Na verdade eu sei que você não mora mais lá. Não sei dizer se algo positivo ou negativo me passou pela cabeça ou pelo o coração, por que não é só o fato de passar em frente sua ex casa que me tonteia a mente ou me aperta o coração.

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Sua casa, nossa, já foi palco de muitas alegrias, mas também muitas tristezas, muita festas, muitas brigas, o passar pela frente dela eu posso evitar. Mas a cidade inteira lembra você, minha cidade, sua cidade, onde nascemos e a qual escolhemos pra viver, podíamos estar em qualquer outra parte do país, qualquer outro lugar do mundo, mas estamos aqui.

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E vivemos tentando não nos esbarrar (pelo menos eu), sinto quando você vai chegar aos lugares que estou, então tento sempre sair pela porta dos fundos pra não ter que te encontrar. Como naquele dia do bar, quando senti que você chegava, me despedi rapidamente dos amigos, sem explicar o motivo, peguei minhas coisas e rumei sentido à saída dos fundos, você neste momento entrava, mas esqueceu algo no carro e teve que voltar.

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O destino é uma bruxa e suas maneiras, joga seus encantos na vida da gente e com suas maneiras de mudar o caminho do homem, encanta tudo à que sorri. Ainda lembro, final de outono começo de inverno e a cidade tremia com ventos gelados e temperaturas baixas, baixas o suficiente para fazer fumaça com o ar quente que saia da gente. Enquanto pegava meu casaco, acabamos por esbarrar um no outro, você sorriu pra mim e eu sem graça tentei disfarçar meu nervosismo, não queria que você me visse daquele jeito, cheio de barba, com a mesma roupa suada de um dia inteiro de trabalho. Você estava linda como sempre, maquiada como uma boneca, saltos altos, cabelos presos, seu casaco cobria seu vestido decotado, exatamente como eu gosto, seu perfume logo me inebriou, entonteceu, fiquei mais tenso do que estava.

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Sorri com cara de surpresa (mas eu já sabia que você estava por perto). Você me sorriu com cara de saudade e perguntou por que eu estava indo embora, eu menti. Disse que estava chegando, seu sorriso foi verdadeiro quando me pediu pra sentar com você e suas amigas moderninhas. Eu sinto muito tua falta pensei em dizer, mas recusei seu convite, disse que era aniversário de um brother (menti de novo). Você colocou suas mãos pra trás e olhou para seus sapatos, sinal de que estava decepcionada, mas levantou sua cabeça e me deu um beijo, doce, nos lábios. Sei que você quer que sejamos amigos, só amigos. Mas pra mim ainda não dá, fui louco por você e por tanto tempo e apesar de tudo que passamos juntos, às vezes sinto que esta cidade ficou minúscula pra nós dois, nossos velhos sonhos e futuros amores. E mesmo amando esta cidade mais que todas as outras que conheci, acho que é hora deu partir, por que eu ainda te amo mais do qualquer uma que já amei.

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(A saída é tão perto da entrada quanto o coração do estômago)

terça-feira, 17 de março de 2009

My Heart Aches São Paulo.


Existe um período do ano em, minha querida, São Paulo que mesmo depois de um dia de sol intenso, eu acordo no meio da noite sentido o som do vento batendo forte em minha janela, isso pode significar que mais uma frente fria chegou à cidade ou que já estamos, muito, próximos do inverno. A necessidade de uma manta mais grossinha para me cobrir é inevitável, assim como é inevitável a lembrança, a saudade de um corpo quente próximo ao meu e essa “lembrança” às vezes é capaz de deixar uma tristeza imensa dentro da mim, só a manta é pouco, por que agora, não é só o vento que sopra o vazio. É o vazio que se faz presente do lado de fora e aqui dentro do meu quarto, em minha cama, em meu coração.
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(THERE IS NO PLACE TO HIDE INSIDE OURSELVES)
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ciranda

Caí nessa ciranda de um corpo só
Meu corpo foi ao chão sem dó.
Sem mãos para dar
Sem sorriso para olhar
Passa pelo meu corpo o vento à soprar.
Caí nesta ciranda,
Que não é de criança
Meio infantil como tal
Mas, sem música no final.
E vejo o mundo
Girar em volta
E as coisas que não tem volta.
Largo minha mão solta
E sem sorriso na boca.
Um olho fechado
E outro fita o passado.
Caí de gaíato nesta ciranda.
E ela não gira nem anda.
Deixa o gosto de saudade.
Mas, lamantar não cabe mais nesta idade.
Não quero mais, ter em mim maldade.
Quero apenas dar adeus à infelicidade.
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ei, você?!

Ei, você?
Não adianta fingir que não me vê. Por que (aqui) ai no fundo você sabe que eu existo.
Sorrisinhos falsos e amarelados (entre-pessoas), não ofuscam meu brilho.
Antes de você existir eu já tinha o bolo pronto.
E até mesmo depois que você se for eu permanecerei.

Ei, você!
Não adianta me esconder, eu apareço no brilho-fosco do teu olhar.
Quando mais você me enterra, de lá do fundo eu broto.
Comecei junto com a construção do mundo.
E quando tudo for só pó, eu ainda estarei solta ao vento.

Ei você!?
Nem tente me afogar, você não conseguirá.
Nunca adiantou água, muito menos porres de cerveja.
Crio guelras em meio líquido.
E respiro em teu sopro.

Sim você!
Acha que sou tola, que não sei te dominar?
Te domino em cada trago a mais de cigarro.
Em cada noite de sexo sem sentido.
E não me apago com a brasa ou vou ralo à baixo com a água.

É! Você mesmo!
Corre e corre e nunca chega, perde o fôlego (te sufoco) em desespero.
Usa de mil artifícios pra fingir que não me aspira.
Mas eu estou aqui e quando você cai de cansaço, quase morto.
Eu tristeza (de teus poros) um pé ao chão e outro em tuas costas, ergo meus braços, campeã.


(Ando, corro, mas tem sempre alguém que chega primeiro!)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Perto dos quarenta, passado, os vinte, no meio dos trinta


Estou mais perto dos quarenta do que estive dos trinta quando tinha vinte, a sensação de que o tempo corre muito mais, rápido, agora do que já correu em minhas veias. Meu relógio is ticking, ticking assust-a-dor-a-mente-veloz e às vezes me pego sentido inveja, inveja da juventude que meu passado experimentou. Não sei exatamente pra onde estou indo, sei que vou, pra algum, lugar, este que não me causa ansiedade nenhuma em descobrir, sou cidadã de meu mundo dona de meu universo.

Não posso negar que me coração por vezes pára em algum aeroporto qualquer, às vezes pára na frente de meu computador esperando que ele me mande um e-mail, dizendo que pensa em mim e que sente saudade, mas na verdade não precisa ser ele. Pode ser um novo suspiro ao passear pela cidade, que me reencontra, renova as esperanças, ou num reencontro inesperado num bar ou restaurante.

Só sei de uma coisa, não quero chegar aos meus quarenta, esperando, não sei se devo ir atrás, não sei se devo ir à frente. Mas não saber às vezes é bom, da friozinho na barriga, asas de borboletas roçando nas paredes de meu estômago, súbito arrepio de uma saudade de algo que nem mesmo sei o que, ainda, é, saudade de sentir saudade e ser objeto de saudade. Sim objeto; como aquela primeira bicicleta na qual aprendi a pedalar, ou uns patins que me derrubaram tantas vezes e me ensinaram a levantar sempre e nunca desistir.

Não sei se ando me expressando bem, você me entende? Acho que estou te confundindo, atrás das fretas das portas espio o mundo, não por medo de sair, mas por medo de não estar no mundo, no meu próprio, mundo esse que criei que acho que não sinto, sinto sim, curiosidade, sobre o que vem pela frente. Não sei dizer ao certo se é isso, não sei nem ao certo se quis dizer tudo isso, a vida é confusa. Agente se confunde pelo meio do caminho, medo, a solidão pode ser amarga, mas acho que não sentí la amarga muito mais. Entende?

Mas pra que parar tudo pra tentar entender o que digo, estou aqui sentada altas horas da madrugada, mas acho que já é dia no mundo lá fora, longe daqui de dentro. O sol brilha, lá longe, atrás das frestas de minha janela, a qual coloquei não pra me proteger, mas pra achar que não preciso achar nada. Abre agora, deixe o sol entrar. Aquele que queima minha retina, mas eu não ligo. Por que estou aqui deste outro lado que me fascina e me encanta.

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(Não pense que falo de você, falo de mim e do que não sou, coragem e coração, você.)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Gosto esquisito

Hoje acordei sentido um gosto esquisito na boca. Não, não era gosto de guarda-chuva, eu nem bebi ontem à noite, na verdade minha vida tem sido um tanto quanto pacata, saio de casa, super cedo, levo duas horas pra chegar ao trabalho, quando chego lá, sigo minha rotina de sempre.

Ligo meu computador, faço o login no sistema, penduro meu paletó na cadeira e vou à cafeteria pegar um café, com leite, por que tomo café demais (o médico disse que era melhor com leite); Desço de novo para o jardim do prédio que fica na entrada e fumo um cigarro, e volto pra minha sala de novo, finjo trabalhar, no almoço, quase todo dia, vou num kilo aqui do lado, com uma amiga (gostosa), que até me dá uma bola, mas é casada então finjo que não noto.

Ela sempre faz piadinhas sobre como minhas pernas devem ser grossas, por que eu joguei muito futebol quando era moço, com meus olhos verdes, estou quase com quarenta anos, mas ainda sou bonito e solteiro, corro na academia enquanto leio um livro, finais de semana sempre vou nadar num clube que meu irmão é sócio, somos bem parecidos então entro com a carteirinha dele.

Depois do almoço, ainda desço pra fumar outros cigarros e pego outros cafés, preparo meus relatórios super rápido pra quando der seis horas eu possa sair correndo e ir pra rua.

Sempre saio correndo para parecer que tenho um compromisso super importante, para que as pessoas não desconfiem que sou sozinho, quando me chamam nas sextas pra ir ao happyhour, eu sempre digo que tenho algo pra fazer, mas na verdade, às vezes, pego o metrô só pra ver gente diferente, vou de um lado para outro. Vou da linha verde pra azul, pra vermelha, pra azul de novo e volto pra verde que é linha que me leva pra perto de casa.

Chego em casa descongelo algo pra comer, pego um livro e leio enquanto como, (não tenho TV), até me dar sono. Tomo banho escovo meus dentes e vou dormir, pra começar tudo de novo no dia seguinte.

Mas ontem foi diferente, acho que por isso sinto este gosto em minha boca, eu me apaixonei perdidamente por você, na linha verde eu te vi, estávamos indo pra mesma direção, você com seus cabelos vermelhos e encaracolados, passei por você e tentei pegar teu perfume, ele está na minha memória, sua pele branca com sardas, seus sapatos de saltos super altos e suas unhas vermelhas, meu DEUS, queria que você tivesse sentido seu coração parar por mim como o meu parou por você. Acho que este gosto de minha boca deve ser paixão.

(Pracy)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Something old, something blues.


(Watching some old videos of Billie Holiday)


Sadness when seeing old pictures of you and me, looks like an old movie with minor tonality, scraped memories of times without imagining an ending to come...


Sometimes thinking (whishing u) of your unhappiness to match mine, hating things that we used to like or do together...But that is the price of loosing something old and is something that makes me blue.


The joy of past times and a past live, together dreams going along (now) in different paths, different ways...


Damned echoes of laughs that keeps me awake or wake me up in the middle of the night, searching for your body next to mine, so sad “travelin’ light”


Sweat sweet dreams that fall apart constructing new ones, something new, something golden that shines after what was left of something old, something blues.


“Ma man don’ love me” (on the radio). Anymore will be able to say we, so you (and me) are in front of the past, trying to forget something old, facing the future something like blues. “Awful mean” those past happenings which I saw and see.

And it isn’t “summer time” anymore, a long winter came, frizzing down the sadness in the ground and the “strange fruits” (love) are frozen in the trees, nothing or anyone to come outside and play just wishing (inside) to be listen and prays.


There isn’t poetic or sad song that would sing my blues, not even the real old ones from the slave’s hearts, twisted mellow sounds in the background, distorted ideas of what was supposed to be there in the coming future like the “moon brewin’” hopes so hard to believe because I can’t touch (u) what I can’t see.


What I see right now? All I see around is myself in my “solitude” singing alone the old blues.




segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Contido está meu sentindo.


Meus
sentimentos estão contidos no contido do sentir, sinto que todo meu desespero, desespera meus sentidos.

E o que sinto se sente louco quase bandido, talvez banido.

Sinto que não sei se devo sentir o que sinto, mas como evitar o inevitável. Assim sigo seguindo meu caminho, que caminha entre tristeza sem sentido, saudade desesperada de sentir e ser sentido.

Mas se tudo leva a nada, por que devo conter tudo em mim que nada sou. Mas nada por nada prefiro a inércia do sentido de sentir nada e nada me sentir.

Será que faz sentido tudo isso?

Será que tudo isso que sinto é verdadeiro?

Será que a verdade está sómente no que sinto?

Ou será que o sentido de meus sentimentos nada o fazem sentir?

Tristeza, solidão e desespero é tudo que sinto.

Sinto muito por sentir tudo isso, sinto muito por ter feitos as maiores cagadas sem sentido.

Sentindo-me assim vou trilhando este caminho que já não está em “nós” contido, por que sinto que meus sentimentos pra você não fazem sentido.