segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Todos se vão...

Enquanto sentada naquela mesa da calçada; observava o mundo acontecer ao meu redor, segurando o copo de meu trago em uma mão e um cigarro em outra, olhava o laranja do meu isqueiro se confundir com as lanternas dos carros que, em direção contrária, se vão.

Pensava na inconstância das coisas, das amizades, amores e a impossibilidade dos acontecimentos, me questionava se eu realmente estava ali, se aquilo tudo não era apenas um devaneio de minhas ilusões, tantas. A conversa dos amigos não conseguia me distanciar de meus pensamentos, não queria ser profunda em nenhum comentário, apenas me limitava a breve introduções de minha opinião, com respostas curtas a longas perguntas.

Este mundo tem me consumido lentamente em lembranças que não me deixam desistir de mim mesma. Observo a tudo como quem vê a vida pela primeira vez, mas lembro de tudo, de tudo com se fosse a priemira vez. Dos quais, telefones eu liguei, encontros eu marquei e de todos que enrijeceram meus mamilos, suas línguas quentes que entraram no mais profundo de mim, mas lá no fundo, mesmo, de verdade; Este aqui em meu peito, não, quantos ficaram? Um arquear, tensão, suor, respiração ofegante, alívio, mas fazer bater, de verdade, não sei dizer.

Sinto-me fria como mármore embora seja quente como uma noite de verão, talvez até mais do que deveria ser, quando me dou, me dou de verdade, mas quantos eu tive e quantos me tem? Não fujo de nada, mas tenho muita pressa, pressa em conhecer e em fazer tudo que sinto vontade e que faz-me sentir viva, mas agora neste momento, sentada nesta mesa em uma calçada, estou parada meio que inerte, nada de ações ou palavras apenas observo a luz vermelha das lanternas dos carros que se vão enquanto se misturam a cor laranja de meu isqueiro e seguro meu trago em uma mão e meu cigarro em outra.

(Se fosse escolher ser alguém, mesmo amando quem sou, talvez escolhece ser você)