sexta-feira, 17 de julho de 2009

Igual a você, mas diferente.

Parados no ponto de ônibus.
- Cara que bom que você está aqui. Fiz tanta propaganda de você que é por isso que todo mundo estava tão à-vontade contigo.
- Nossa muito, muito obrigado foi a segunda coisa mais fofa e gentil que fizeram comigo este mês (iavcfoiaprimeira), muito obrigado mesmo.
- Sabe... Eu tenho que te confessar uma coisa!
- Nossa confesse sou só ouvidos.
- Eu não gostava de você, na verdade eu te desprezava.
(Soltei uma risada nervosa)
- Poxa vida, agora você me faz ter que te agradecer em dobro! Mas por que tanta raiva?
- É que somos muito parecidos, sabe?
- Como assim?
- Agente aparenta ser muito frio e superficial, por que no fundo no fundo não somos felizes.
(Pensei em desmentir essa observação, mas desencanei)
- Sério? Eu te acho feliz e muito legal, na verdade sempre achei, fico contente quando te convido pra sair e você realmente sai comigo e com meus amigos e se diverte com agente.
- Então, essas pequenas coisinhas me fizeram ver que você não é frio, você,realmente, se importa e sei que quando você diz que é uma pena que eu não possa sair com vocês, você está sendo sincero. E aquele dia que saímos juntos, foi tão divertido, eu adorei as pessoas que te cercam então eu achei que você seria um bom amigo pra ter por perto. Por isso fiz tanta propaganda de você, disse que as pessoas seriam burras se te deixassem escapar.
Eu sem saber o que dizer dei-lhe um abraço e o nosso ônibus chegou.

Que confusão.

Vivo uma vida tranquila, per say, mas hoje enquanto voltava pra casa, pegando a Paulista sentido Consolação, me irritava com o transito, cada quarteirão me dava a sensação de que perdera, pelo menos, meia hora da minha vida e era verdade, lembro dos dias da faculdade em que costumava fazer este mesmo caminho e gastava no máximo 20 minutos entre Brigadeiro e Consolação.
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Enquanto lembrava disso em meio todas as buzinas e o barulho da britadeira do moço ao lado na reforma da calçada, o garupa do motoqueiro andando muito próximo a calçada subtraiu a bolsa da senhora elegante que usava scarpin, mas a frente o senhor taxista distraído abriu a porta do carro e derrubou o motoqueiro e o garupa, o policial que tentava explicar ao gringo que o casarão 1919 não era um museu correu em direção ao taxi largando o turista perdido, a senhora vendo tudo aquilo, tirou o scarpin dos pés e saiu correndo com eles nas mãos.
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A fila andou e eu queira ver a confusão, apenas via parte do movimento pelo retrovisor, mas nada dava pra tirar daquela história, voltei aos meus pensamentos, e imaginava minha própia confusão, meu passado que não me larga, o gigante gentil que abriu seu coração, o violino que voltou a tocar no meu telefone e os olhos verdes (I’m a sucker for them) que de repente me encantou prometendo que tudo ia mudar e que eu só precisa atravessar a rua.
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E me imagino como aquele policial que corria para tenta apartar o velhinho taxista que segurava o motoqueiro pelo colarinho, mas no caminho se deparou com o garupa que pensava em fugir com a bolsa e numa braçada o agarrou enquanto a senhora que com umas das mãos tentava tomar dos braços do garupa a bolsa e com a outra mão batia com um dos scarpins nas costas deles.
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A pista abriu, a vida continua, tudo no olhar "back" me intriga, mas quero parar de olhar pelo retrovisor.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Not so easy.


That's how I feel all torn up inside, things that are what aren't, things that aren't but seems to be, things that I want but better not have it, things I have but rather not. Feeling confuse and gratful at the same time, somehow lost inside myself.

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca". Clarice Lispector