sábado, 8 de novembro de 2008

Gostar

Gostar é assim, (pelo menos no meu caso), agente acha uma coisinha interessante em alguém e curiosamente vai ficando mais fofo com o passar do tempo, ai de fofo vai ficando viciante, começa ser necessário e ai vai crescendo mais e mais, e aquilo que era uma miniatura de Fusqueta, vira uma Scania que se desembesta e nos atropela.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Festa

Odeio ter que recusar convites de festas, principalmente quande sei que naquele dia não teria nada de interessante pra fazer, mas às vezes não tenho saco de reencontrar muita gente que não vejo a muito tempo ao mesmo tempo, são sempre as mesmas perguntas idiotas e comentários sobre um passado que não volta e nem era tão bom assim.

Mas enfim rejeitei o convite. Não tava no clima não, esse passado pertence a outra época (Por que eu, na minha época, fui uma pessoa muito famosa, hehehehe).

No dia da festa, fiquei pensando que devia ir, mas a distância era grande, o passado sempre é longe. Tinha que usar fantasia na tal festa, sempre tentamos mascarar o passado. Não fui.

Graças a “Shiva” semanas depois vi as fotos da festa...na podia pensar senão, ufa! Me livrei de uma, pelo amor...

Foi Assim, mais ou menos.


(Philadelphia)
Final de Outono começo de inverno não lembro bem, podia ser o final de inverno também.

Eu “Ia e Vinha” pelos corredores frios do C.C.P. alguns dias da semana tinha algumas horas livres entre uma aula e outra e às vezes muitos trabalhos pra fazer.

(Amores vêm e vão, mas amizades verdadeiras permanecem pra sempre)

E em um desses dias, cansado em teimar em não fazer meus trabalhos, lá fui eu para o Estúdio de Cerâmica terminar meu trabalho, supostamente tinha que ser alguma coisa tridimensional feita em barro que lembrasse nosso país, ou algo assim.

(Carência e solidão são males malditos que me derrubam e me assustam, sou filho de mim mesmo quando estou só e pai de todos os pensamentos que nem só, eu gosto de ter)

Sentei-me em uma bancada, elas eram grandes cabiam uns seis alunos, algumas pessoas já estavam lá. Uma menina loira de olhar brilhante e curioso, uma senhora gorda carinha de chata, acho que tinha uma “Afroamericam” bitching about something, também, na verdade não lembro bem.

Quebrava minha fool cabeça antes de tudo isso, pensando em que fazer, mas como nada se cria e tudo se copia, decidi fazer um Bumba-meu-Boy, hehehehe, quero dizer Bumba-meu-boi.

Não tinha um pra copiar, se tivesse também nem poderia levar, era plágio saca.

Bom suava a tanga tentando dar forma pra aquilo, sob olhares da loira de olhar brilhante e curioso, que fazia caras tipo: Que que esse cara ta fazendo? Derrepente entra na sala uma colega de outra aula, uma Americana de cabelos ruivos e olhos verdes, casada com um Italiano, Ammy, era super curiosa sobre o Brasil vivia a me perguntar coisas, era super simpática. Eu que estava quieto, comecei conversar com ela e ela com a moça loira de olhar brilhante e curioso e conversa vai, conversa vem.

Ai, my dreadful accent, can’t talk sometimes, it seems weird. (Após algum tempo de
conversa) Bom o sotaque da Ammy era meio South Phily, coisa de quem vive com Italiano, o da moça loira de olhar brilhante e curioso era meio French (biquinho) meio South Americam Way (sem os balagandans), não podia atestar com certeza, era bonitinho e charmoso. O sufficient para perguntarmos: Where are u from?

She said: Brazil!

Ammy said: Oh!!

I said: Shut up!! (Like in Gossip Girls) Really? (Like in House)

Ammy said: Oh!!!

She said: Yep!?!

Ammy Said: Oh!!!

I said: Okay then we can talk in Portuguese!

Ammy said: (didn’t, she just rolled her eyes)

From that moment on, rolaram muitos cigarros nos intervalos, coffees, risadas e soluços de tanto rir...hehehe.

(Eita vício que cresce e atormenta quando estamos distantes dele)

Depois disso, festas, jantares, baladas, viagens, praias, cidades, alguma milhas já adicionadas à amizade, Philadelphia, New York, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, e até mesmo Santos...

Se tiver esquecido alguma location, please don’t mind my memory.
E com as milhas vieram os anos, as confidências, tighthning friendship e tudo mais que vem com uma grande amizade.

“Existe uma gota cristal metálica” que une o que já está, que busca o que não sabemos onde encontrar, cem mil milhas e 300 anos não é o suficiente para a gota secar.
(U r so dear to me, can´t imagine not having u around, thanks)

Beijos musa S.

Meu!!

"Meu! digam o que me disserem" mas vou te dizer amigo, ninguém, por mais filho da puta que seja merece pegar a linha vermelha do metrô de Sampa as 7e30 da manhã.

Bicho esquizito

Perdão pela falta de informação, mas nunca ouvi falar do autor e nem nunca ouvi a música, mas achei esquizito...hehehe
Bicho Esquizito
Bicho esquizito
Riu do meu umbigo
Vê se pára com isso
E vem namorar comigo
Vem lembrar de como a gente faz
Eu já não lembro bem
E que foi tanto tempo atrás
Sem você não dá mais pra viver em paz
Você me conquistou
E depois você curtiu comigo
Se é assim não preciso mais de amigo
Digo e repito
Finco o pé
Teimo e não ligo
Vê se pára com isso
E vem namorar comigo
Vem lembrar de como a gente faz
Eu já não lembro bem
E que foi tanto tempo atrás
Sem você não dá mais pra viver em paz
Você me conquistou
E depois você curtiu comigo
Se é assim não preciso mais de amigo
Bicho esquizito
Bicho esquizito
Riu do meu umbigo
Vê se pára com isso
E vem morar comigo
Vem lembrar de como a gente faz
Eu já não lembro bem
E que foi tanto tempo atrás
Sem você não dá mais pra viver em paz
Você me conquistou
E depois você curtiu comigo
Se é assim não preciso mais de amigo
Bicho esquizito
Charles Master

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Para entender um grande amor.


Para entender um grande amor.

O que é preciso pra entender o porquê dos por quês...

Começo minha história assim:

Depois de uma noite chuvosa de outono veio um leve e frio nevoeiro que cobria os morros do Grajaú, aos primeiros raios de sol deixava eu minha casa a caminho do ponto final do ônibus, (pega-lo no ponto final era melhor por que eu podia enfrentar as duas horas do trajeto sentado), era mais um dia de uma semana longa acordava eu todos os dias as 4h da manhã e pelas 4e40 costumeiramente, depois de pegar uma subida sem fim, estava eu no ponto de ônibus para ir a pra faculdade.

Nada de muito e muito interessante acontecia nos cafundó do Graja (carinhosamente chamado pelos seus moradores). Mas neste dia, enrolado em um pacotinho de carne humana estava lá ele, deitado bem perto da cabine do Seu Fiscal, ninguém sabia como ele apareceu ou de onde apareceu, sua idade ou seu sobre nome.

Pensava eu: deve ter brotado por causa da chuva, mofô de um nevoeiro como cogumelos, parece ruim dizer esse tipo de coisa? Mas quem se importa, de verdade, com os pedintes de rua? Damos moedinhas só pra que eles vão embora o mais rápido possível.

Pois é, esse moço se dizia chamar Ademir, ou lhe deram esse nome, não sei ao certo. Mas o fato era que ele existia, simplesmente por existir, nada de mal fazia a ninguém a não ser pedir, pedia roupa, pedia comida, sempre comida, nunca dinheiro.

Durante alguns meses ele andava por lá subida acima, subida a baixo, falando sozinho, e ria muito com seu sorriso desdentado, a vida lhe parecia boa, davam lhe comida e ele se vestia com roupas usadas dos cobradores e motoristas de ônibus, então ele até parecia trabalhar pra própria empresa, por isso podia, (antes os passageiros entravam pela porta de trás do ônibus), entrar pela porta da frente do ônibus e “caronar” ao lado do motorista. Sempre o via em algum lugar da cidade perambulando, desbravando essa mata de cinismo, rindo e falando sozinho, às vezes ele me reconhecia e dava tchau, eu sempre correspondi com outro tchau de volta, achava legal o doido do bairro que falava sozinho saber de minha existência, assim como eu sabia da dele e hoje mais de dez anos depois escrevo um pouco sobre ele.

Ta ficando longa essa história não é?

Okay, o tempo foi passando, chegou o inverno e o Ademir, arrumou numa carona de um dos motoristas, que parou na subida antes de chegar ao final, com a frente do ônibus, cheia de uns pedaços de madeirite e ele assim, aos poucos, montou sua casinha ao pé do morro, encostada no muro do Barão do Rio Branco, uma pré-escola.

Era até simpática sua casinha, me passava um certo ar chaby-chic, com sua porta feita de um pedaço de lençol de chita com pequeninas flores coloridas e um dos lados do madeirite pintado com largas pinceladas displicentes de tinta branca.

A família cresceu, ele arrumou dois cachorros de rua, os quais ele criava com muito carinho, dividia sua comida e sua água e eles o seguiam com suas caldas abanantes por todo o bairro e ele sempre lhes dava muito carinho na cabeça. Com a chegada do inverno os cachorros dormiam junto dele dentro da pequenina casinha.

Foi-se o inverno e a primavera apontava com seus raios de sol e com suas florezinhas crescendo no mato perto da tal casinha do Ademir, que apesar de tudo ele parecia ser feliz. E numas dessas manhãs de primavera caminhando para o ponto, avistar sua casinha era obrigatório, pois de cima da subida eu podia ver todo o prézinho, e como num desabrochar de flores eu vi pela a primeira vez a ”Ademeia”, assim eu a chamava, pois não sabia e nunca soube seu nome. E quem era ela? Quem era a doida mulher, que carinhosamente se pendurava nos braços dele?

Uma figura tão estranha quanto ele e desdentada tal qual.

O tempo foi passando e foi ela ficando, dividindo com Ademir sua moradia, seus pequenos cachorros que a seguiam da mesma forma, mesmo quando ele estava “trabalhando seu perambular” por essa cidade louca.

Tudo então parecia fazer sentido até mesmo pra mim que só observa de longe, essa primavera aposto que foi mais colorida pra ele, acredito que as flores cheiravam melhor, via os dois abraçados badalando, sentido a brisa quente do verão, juntos pelo bairro, pedindo comida, sorrindo das coisas que um dizia ao outro ao pé do ouvido, trocando carinhos, sendo enxotados das portas, por que às vezes se excediam nos carinhos, brincando com seus cachorros e outras vezes fugindo das pedradas que a molecada do bairro atiravam, mas creio que nada mais importava a Ademir, mesmo o fim do outono e a chegada de outro inverno, porque finalmente sua triste existência fazia sentido, pois eles estavam juntos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cansei


Ah já cansei de vc, já cortei seu cabelo, pintei, mas vc continua assim, não sei, parece estranho, acho que precisa de umas roupas novas, modernas, sapatos poderosos, daqueles em couro de crocodilo feito a mão de pontas bem finas. Se o solado é de couro tbem?
Sim mas é couro de vaca! Não, não escorrega não...

Okay

E o que fazer com esse seu sorriso amarelo, esses teus óculos remendados com silver tape. Não eles não são “cools”

Acho que não vai dar, melhor desistir. Eu sei que desistir é pra fracos, mas e então?

Não! Teta e pinto não combina, apenas em corpos diferentes.

Credo!! Mas as botas não tem nada haver com nada, não acho que combine com isso não. Acho esquizito.

Ok só um pouco.

Voce não vai me soltar, vai??? Tá muito alto, acho que vou pular na cama é mais seguro.

Contido está meu sentindo.


Meus
sentimentos estão contidos no contido do sentir, sinto que todo meu desespero, desespera meus sentidos.

E o que sinto se sente louco quase bandido, talvez banido.

Sinto que não sei se devo sentir o que sinto, mas como evitar o inevitável. Assim sigo seguindo meu caminho, que caminha entre tristeza sem sentido, saudade desesperada de sentir e ser sentido.

Mas se tudo leva a nada, por que devo conter tudo em mim que nada sou. Mas nada por nada prefiro a inércia do sentido de sentir nada e nada me sentir.

Será que faz sentido tudo isso?

Será que tudo isso que sinto é verdadeiro?

Será que a verdade está sómente no que sinto?

Ou será que o sentido de meus sentimentos nada o fazem sentir?

Tristeza, solidão e desespero é tudo que sinto.

Sinto muito por sentir tudo isso, sinto muito por ter feitos as maiores cagadas sem sentido.

Sentindo-me assim vou trilhando este caminho que já não está em “nós” contido, por que sinto que meus sentimentos pra você não fazem sentido.

Abraço

É preciso abraçar o mundo com a mesma sofreguidão com que se abraça alguém querido,
Queria eu ter mais braços, ou até mesmo mais pernas, por que assim teria certeza de que ele não escorreria de mim, queria que esses meus braços fossem grandes e fortes, assim eu o sufocaria em mim e não o contrário, deixa-lo suforcar me.

A Panela


Bom eu não sei se vocês lembram, mas eu tinha um problema, na verdade eu tenho até um pouco de vergonha de falar disso por que temo que voces achem que sou desleixado, doido ou sei lá.

Bom, dia 28 de Novembro do ano passado, mudei algumas coisas de lugar em minha casa, peguei outras coisas que julgava importante pra algumas semaninhas e lá fui eu pra casa do B. enquanto minha casa era reformada.

Deixei tudo que eu tinha aqui, Tv, DVD, roupas, fotos, computador enfim, algumas outras coisas eu fui levando aos poucos, mas existia uma coisa que me incomodava...alguns dias antes de começar a reforma, a qual foi super bem programada pois era pra começar dia 1º de Novembro, eu tinha cozinhado feijão, bom e velho feijão preto com paio bacon e sei lá mais o que se pode por lá dentro. Fui embora e deixei a panela na geladeira, a qual permaneceu ligada todo esse tempo, mesmo com o move de cá pra lá ela sempre esteve firme na tensão 110.

Os dias foram passando e a geladeira de um lado pro outro e eu olhava e a panela de pressão fechada lá dentro...um mês, dois ,três, 10 meses depois eu finalmente decidi lidar com o tal problema, a bendita panela de pressão.

Ai Jesus, todo esse tempo fechada e eu sem saber o que me esperarava lá dentro. Será que só um martelo na mão seria suficiente pra matar o besta que poderia sair de lá de dentro, será que eu deveria usar máscara ante gás, roupa de proteção, luvas?

Eu dormia, acordava e era como se mais alguém estivesse aqui comigo, meu pensamento não saia da bendita panela de pressão, eu limpei toda a geladeira, mas não tive coragem de pegar na panela, apenas movi com as costas da mão de um lado pro outro.

Mas hoje acordei decidido, sexta feira dia de lixeiro, pensei comigo, qualquer coisa saio gritando rua a fora, alguém irá me escutar e talvez me salvar do monstro da panela de pressão, no pior eu só teria que tomar banho de criolina pra tirar o cheiro de min, e defumar minha casa com incensos pra amenizar o budum.

Bom o resultado foi, eu abri a panela, todo cheio de luvas de borracha e um lenço amarrado no rosto pra evitar qualquer cheiro desagradável, mas nada encontrei lá dentro estava limpinha, alguém acha que os Zé Pedreiros iriam deixar passar um feijãosinho, eles devem ter consumido já na primeira semana.

O que mais agradeço é que pelo menos eles lavaram a panela.