sábado, 11 de abril de 2009

I'm Yours

Mr Mraz just go wondering around... I follow.
Meio que um gostinho de liberdade e boa.

...
I'm Yours.
Well you done done me and you bet I felt it
I tried to be chill but you're so hot that I melted
I fell right through the cracks
Now I'm trying to get back
Before the cool done run out
I'll be giving it my bestest
And nothing's going to stop me but divine intervention
I reckon it's again my turn to win some or learn some

.
won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm yours
.
Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find love love love love
Listen to the music of the moment babay sing with me
We're just one big family
And It's our God-forsaken right to be loved love loved love loved
.
So I won't hesitate no more, not yours
It cannot wait I'm sure
There's no need to complicate
Our time is short
This is our fate, I'm yours
.
Scooch on over closer dear
And i will nibble your ear
.
I've been spending way too long checking my tongue in the mirror
And bending over backwards just to try to see it clearer
But my breath fogged up the glass
And so I drew a new face and laughed
I guess what I'm be saying is there ain't no better reason
To rid yourself of vanity and just go with the seasons
It's what we aim to do
Our name is our virtue
.
But I won't hesitate no more, no more
It cannot wait I'm yours
.
Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find that the sky is yours
Please don't, please don't, please don't
There's no need to complicate
Cause our time is short
This oh this this is out fate, I'm yours!

...

(Jason Mraz - I'm Yours)



(Just wondering, when things happens they hapepens, when they don't I won't care)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Obrigado por aquele verão.

Sentia no ar o cheiro de manga madura, enquanto andava para a beira do rio para tentar refrescar minha pele que ardia com o calor daquela terra, passava pelas vacas, bois e touros. As vacas com suas grandes tetas e seus sinos barulhentos, os touros tem chifres e bolas, os bois, são só os bois.

Tentava fazer sentido de tudo que estava a minha volta, o verde que sofria com a falta de chuva, o burro que pastava magro, no fundo o barulho da cachoeira e o cachorro que latia avisando que chegara alguém. Não estava preocupado com isso queria apenas molhar minha cabeça em baixo das arvores na beira do rio. Sentia que aquele dia seria mais um dia sem sentido, mais um dia de inércia, não queria pensar nos meus problemas e já vinha fazendo isso por alguns dias.

As crianças no sitio do lado gargalhavam e suas risadas ecoavam por todo lado, mas isso não me incomodava, sentia que o sitio era muito mais barulhento do que a cidade e isso me agradava, apesar de procurar paz, também não curtia silêncio total. Ele me fazia me sentir só e na solidão dos meus pensamentos e na presença de algumas lembranças ficava triste.

Tirei a tolha de dentro de um cesto de palha que carregava, dentro dele havia também uma garrafa d’água uma faca, uma manga e uma banana, caso a fome apertasse demais. Tirei toda minha roupa e coloquei encima da pedra. Fui andando em direção água. Passei pelo antigo balanço que estava lá, ainda, pendurado naquela arvore de galhos que alcançavam a outra margem do rio.

Comecei a lembrar de uma história que ouvia na infância, quando alguns, antes de mim, primos e seus amigos e algumas primas e suas amigas que passavam o verão no sítio. Era muito divertido, apostavam corrida pra ver quem chegava primeiro até o rio e quem perdesse teria que carregar de volta para a casa todas as cestas, mochilas e sacolas que levavam com guloseimas e roupas para a beira do rio.

Era tudo muito ingênuo, as meninas e os meninos tiravam as roupas e nadavam pelados, mas com a puberdade as coisas foram mudando as meninas iam de manhã e os meninos à tarde porque caso perdessem noção da hora eles não tinha medo de voltar no escuro. Era assim o combinado. Meu avô fazia questão de que cumprissem o combinado, mas era inevitável as vezes que esse combinado se embananasse todo, lógico que os meninos iam escondidos espiar as meninas, que já espertas tomavam banho no rio com suas roupas de baixo, e às vezes o contrário acontecia também, mas os meninos, amostrados, faziam questão de ficar nus mostrando que já estavam virando homens e os pelos já existiam.

Mas era tudo tão simples então, até que as paixões começaram a se desenvolver, junto com os corpos, primos não podiam namorar, era o que diziam, mas é claro que muitos namoravam durante o verão no sitio escondidos dos pais, nenhum deles comentava nada, na verdade cada um era muito cúmplice do outro e era assim que viviam, era assim que descobriam muitas coisas sobre eles e sobre os outros. E foi então num final de verão que dois deles se apaixonaram. Ele não era primo era amigo do primo e ela queria mesmo era aproveitar o resto das estações com ele. Foi no final daquele verão de 75 e antes do próximo verão eu nasci.
(De sol em sol a terra se consome,
De dias em dias o tempo lentamente vai se acabando.
E o que sobra pra gente além das lembranças. E das lembranças o que sobra? Só as boas?
)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Canto S2

Os peixes do meu aquário já derreteram e agora são manchas, borrões de papel pardo na água verde. Bóiam em meio às memórias junto às mazelas de pessoas e suas histórias. Nada realmente faz sentido e nem sentido se faz do que se sente. Nada, percebe a chuva dos olhos que lava para baixo a tinta escura.
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Escorrem de lábios semi abertos palavras inesperadas que encontram sentidos inexpressivos que nada sentem, que nada pronunciam, aos olhos que da boca não ouvem. Deitado na grama em meio aos seus lençóis observa o teto abrir-se em céu, cheio de branco sendo levado pelo tumulto, dando lugar ao cinza. Manchando tudo de azul noturno.
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Respira de cima do telhado o cheiro do capim molhado, corre, mas sua tentativa, tola, de se esconder o põe embaixo do raio que parte ao meio um que se foi e outro que ainda será, que sorri entre frestas da janela do futuro enquanto se fecham, outras, bocas entre as cortinas do passado.
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Muito que nada foi, tudo que nada é, aquela lembrança que ecoou numa memória distante do que passou e não e passará dias longos e claros castrando com noites de breu intenso e curtas a longa memória que o tempo não rouba, mas dilui.
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Dor que dói, a ponto de adormecer a dor, deixa-se sentindo sem sentido e sensação de não sentir, deixa-te lágrimas que se cobrem em soluços e soluços que viram canções, estas que lábios não lêem, mas o coração ouve a luz do sol entrar pelo buraco da fechadura e do fundo tirar as sombras do desenho que se forma nos cantos do coração.
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(Se é pra ser o que que seja, que seja o que quer que é!)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O último anoitecer "dela".

Depois de dias em debate com seus amigos sobre o que seu namorado havia lhe pedido, pensou e pensou e numa decisão louca decidiu que aquela seria a sua última vez. Seus amigos eram contra sua decisão, mas ele por amor estava disposto a colocar seu passado para trás de uma vez por todas e recomeçar do zero, sabia que sua vida seria um tanto difícil daqui pra frente. Não iria morrer de fome, mas seu diploma de contabilidade estava já há alguns anos guardado e trancafiado dentro de uma gaveta qualquer, no lugar dele na parede, um diploma de maquiador e muitas fotos de seus shows pelo Brasil.

. (Proximo a Estação da Luz)
Decidiu então que aquela seria a noite que o marcaria para sempre, vendo pela janela o dia escurecer do lado de fora, começou então sua última montação. Enrolou uma toalha na cabeça e começou pela barba, o chuchu já crescia, uma boa depilação seria o começo da preparação para a maquiagem, raspou seu rosto de cima para baixo e de baixo para cima, aparou os pelos de sua narina, tirou o excesso de pelos da sobrancelha, fez uma esfoliação na pele do rosto, pôs uma mascara e foi ao armário procurar uma roupa praquele dia especial, afinal era uma convenção e todas as suas rivais estariam no encontro, sabia que muitas ficariam felizes que ele (a) estava “deixando a cena” seria para algumas a chance de ter um lugar ao sol também já que ela era super requisitada para shows.

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Na cabeça dele existiam duas pessoas separadas ali e com personalidades extremamente diferentes, um lado mulher muitíssimo “female fatale” rosto marcante e sexy com um corpo esguio e quadril largo, corajosa, profissional, dançarina, auto-suficiente e invejada. Do outro lado existia um rapaz tímido, rosto delicado, com um corpo frágil demais para ser homem, não gostava da profissão (que os pais escolheram pra ele), desengonçado com as mãos, extremamente apaixonado, afetivo e dependente do carinho das pessoas.

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Pensou na cor, pensou em preto, mas aquilo não era um enterro, lembrou da história da Fênix e como ela ressurgia das cinzas, gostou da idéia então seu look teria muitas penas coloridas de seu bolerinho espanhol, tons de vermelho, roxo, azul cobalto e um pouco de azul “Mozart”. Queria ser lembrada como sexy e outrageous, adorava essa palavra. Um vestido com lantejoulas e fendas matadoras que subia por suas pernas longas e torneadas, marcaria por cima deste vestido com um corselete de couro, que trouxe de uma viagem a Paris, sua cintura fina, o vestido era tomara-que-caia, então os seus “seios” teriam que ser daquele enchimento de silicone transparente por baixo de sue peito natural. No colo do seu peito usaria um colar de pedras semipreciosas brasileiras que comprou próximo ao Picadilly Circus em uma viagem que fez a Londres. Pensaria nos sapatos, peruca e anéis depois a pele do rosto repuxava por causa da mascara decidiu ir ao banho.

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Depilaria as pernas e axilas, usaria exfoliante no resto do corpo, queria ficar com a pele macia para pela última vez sentir a sensação daquela mistura topa de tecido e matérias cobrindo seu corpo, seus cabelos na altura dos ombros seriam cortados em breve, no lugar das lentes de contado voltaria a usar seus antigos óculos de armação grande e preta, suas unhas compridas e pintadas estilo “francesinha”, também seriam curtas novamente no final de seus dedos longos e brancos.

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Passou hidratante em todo seu corpo, primeiro passou gelo em toda a pele de seu rosto e demoradamente e cuidadosamente fez sua maquiagem, corretivo, base colocada em pequenos dots acumulando e formando uma mascara de pó compacto e proteção, cílios postiços muito longos e bordô, sobrancelhas cobertas pelo mesmo tom do rosto davam lugar a uma nova redesenhada habilmente por suas mão firmes. Batom e por cima do batom, gloss e por cima do gloss um pouco de glitter.

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Vestiu seu vestido, encaixou seus seios por baixo de seus peitos e para segurar tudo no lugar seu corselete, sem meias-finas calçou seus saltos de vinil preto altississímos meio plataforma na frente e salto de ferro. Abriu outra porta do guarda-roupa e prateleiras de perucas, pensou em morena, era seu natural, como ruiva fazia muito sucesso, mas as loiras sempre se divertem muito mais, lisas Heidi ou cacheadas Giselle. Lisas definitivamente, anéis, pulseiras, uma bolsinha básica, bolerinho e muito perfume no colo do pescoço, nos pulsos, atrás das orelhas e seus brincos gigantes e muito mais perfume na peruca.

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Seu taxista-amigo-marido já esperava na portaria do prédio, quando a porta do elevador abriu, ele levou um susto, afinal ele (a) havia prometido que não se montaria mais, então ele perguntou o porquê e ela decidida disse: Darling essa é minha última noite e preciso brilhar você não irá comigo, irá me deixar na porta e nos encontramos em casa depois de seu turno, quando esta noite acabar tudo será como combinamos. E ele beijou sua mão, disse ok, abriu a porta carro para que ela entrasse, não disse uma palavra durante o caminho inteiro apenas colocou a mão dela em sua coxa e sua mão por cima da dela e disse que a pegaria pela manhã quando estivesse voltando do trabalho.

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(Acordos selados com beijos são melhores do que acordos fixados com apertos de mãos)