sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Foi um sorriso que passa, passou não sei ao certo ainda. Somente o tempo...




Escondido atrás de um enorme celular a frente de olhos verdes, rodeado por sua pele, envolto em seus lábios. Somente um sorriso. Ou me posso dizer que foi mais que isso?


Sim. Foram dias, milhas, kilómetros, foram risos e sorrisos, soluços e mágoas... Kilos e kilos de sal e açúcar, armadilhas deliciosas e bobo presente. Tudo misturado, somado e dividido, tudo amassado, sovado, cortado.


De um sorriso a um soluço no escuro no fundo do quintal atrás do muro, sapatos grandes pendurados no varal, pesam em seu fio e ele curva para baixo. Tamanho é o peso de quem terá que preencher los, mas passou como se passa a chuva, como o pássaro para de cantar ao anoitecer.


Começa um novo dia de uma nova época de tão cheio, eu, de velhos clichés... Eu não escrevo isso para você, pois creio que não vai entender e se entender, não quero te envaidecer, eu escrevo isso tudo para mim. Para guardar numa gaveta e nunca esquecer ou queimar para sempre da memória o que o sorriso é (foi) pra mim.


Um gemido no escuro, uma realidade, um passado feito de presente, e onde se escondeu o futuro?


Talvez nos grandes sapatos pendurados no varal a frente dos soluços atrás do muro.


Como concluir algo que não acaba ou se conclui, conclua a partir daqui o que não se pode acabar ou começar, elipses que se rodeiam, que falam de nada e nada concluem.


Apenas um sorriso que está na lembrança: um final de Julho de um ano bem passado pra trás... Onde havia frio e outros sorrisos, mas era o teu sorriso que despertou em mim uma vontade de não pensar em nenhum outro sorriso naquele momento se não o teu.


Mas você sabe que não sou poeta e nem pretendia que você visse isso, acabei te mandando por e-mail por engano, não era pra ser (engano)... Devia ter enterrado tudo isso com as lembranças de outros passados, como as brigas na escola, os amigos que se foram e não voltam mais, os hematomas dos tombos.


É isso tem sido um tombo de quatro ao descer do ônibus na frente do ponto, todo mundo olhando e nem um sorriso pra me ajudar é nenhum sorriso.


(TA, Still)

2 comentários:

beto disse...

ao seu poeta digo que é na dor que nos encontramos... encontramos os erros do passado e a felicidade de um futuro incerto mas que poderá nos surpreender se tivermos a paciência necessária para esperar sua grandeza.

Thunderstorms, dreams and conversations disse...

Ai, (im)paciência é a companheira do meu poeta nestes últimos dias...mas é só esperar e esperançar que resta. E todo o resto precisa de muito chinelo de dedo pra ir atrás.
Obgdo - bjo.