sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu coração SP

Esses dias atrás, tentando curtir o resto dos dias quentes de verão, sai sem destino e sem “querer” passei em frente a sua casa, pensei em parar e tocar a companhia, mas sabia que você não estava, não vi seu carro na garagem. Na verdade eu sei que você não mora mais lá. Não sei dizer se algo positivo ou negativo me passou pela cabeça ou pelo o coração, por que não é só o fato de passar em frente sua ex casa que me tonteia a mente ou me aperta o coração.

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Sua casa, nossa, já foi palco de muitas alegrias, mas também muitas tristezas, muita festas, muitas brigas, o passar pela frente dela eu posso evitar. Mas a cidade inteira lembra você, minha cidade, sua cidade, onde nascemos e a qual escolhemos pra viver, podíamos estar em qualquer outra parte do país, qualquer outro lugar do mundo, mas estamos aqui.

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E vivemos tentando não nos esbarrar (pelo menos eu), sinto quando você vai chegar aos lugares que estou, então tento sempre sair pela porta dos fundos pra não ter que te encontrar. Como naquele dia do bar, quando senti que você chegava, me despedi rapidamente dos amigos, sem explicar o motivo, peguei minhas coisas e rumei sentido à saída dos fundos, você neste momento entrava, mas esqueceu algo no carro e teve que voltar.

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O destino é uma bruxa e suas maneiras, joga seus encantos na vida da gente e com suas maneiras de mudar o caminho do homem, encanta tudo à que sorri. Ainda lembro, final de outono começo de inverno e a cidade tremia com ventos gelados e temperaturas baixas, baixas o suficiente para fazer fumaça com o ar quente que saia da gente. Enquanto pegava meu casaco, acabamos por esbarrar um no outro, você sorriu pra mim e eu sem graça tentei disfarçar meu nervosismo, não queria que você me visse daquele jeito, cheio de barba, com a mesma roupa suada de um dia inteiro de trabalho. Você estava linda como sempre, maquiada como uma boneca, saltos altos, cabelos presos, seu casaco cobria seu vestido decotado, exatamente como eu gosto, seu perfume logo me inebriou, entonteceu, fiquei mais tenso do que estava.

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Sorri com cara de surpresa (mas eu já sabia que você estava por perto). Você me sorriu com cara de saudade e perguntou por que eu estava indo embora, eu menti. Disse que estava chegando, seu sorriso foi verdadeiro quando me pediu pra sentar com você e suas amigas moderninhas. Eu sinto muito tua falta pensei em dizer, mas recusei seu convite, disse que era aniversário de um brother (menti de novo). Você colocou suas mãos pra trás e olhou para seus sapatos, sinal de que estava decepcionada, mas levantou sua cabeça e me deu um beijo, doce, nos lábios. Sei que você quer que sejamos amigos, só amigos. Mas pra mim ainda não dá, fui louco por você e por tanto tempo e apesar de tudo que passamos juntos, às vezes sinto que esta cidade ficou minúscula pra nós dois, nossos velhos sonhos e futuros amores. E mesmo amando esta cidade mais que todas as outras que conheci, acho que é hora deu partir, por que eu ainda te amo mais do qualquer uma que já amei.

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(A saída é tão perto da entrada quanto o coração do estômago)

4 comentários:

Silvinha disse...

lindo! mais um post matador!

Isabela disse...

q bonito ;˜

Karol Pereira disse...

nem preciso comentar que vi minha história ai né?
também sinto isso, a cidade ficou pequena demais...

Thunderstorms, dreams and conversations disse...

Only u girls get me, I wonder why.
U Rock!!