terça-feira, 18 de novembro de 2008

Arrastando tudo.


Os ventos que sopram do norte já te avisam dos perigos que têm por vir.


Arrastando, tudo que se move e que está preso a terra, com suas asas grandes e pretas como se tudo abaixo fosse pó.


Arrasta a mesquinharia do homem e a gargalhada da velha mulher que tece sua teia, choros, soluços e sorrisos ecoam no silêncio sonoro que mais parecem trovões.


Candido ou perverso, vícios malditos ou hábitos deliciosos... Miséria e riqueza, tudo, reboa ao seu passar sentido ao sul, dizem que o inferno está nesta direção, deve ser por isso que nela vai... carregando tudo pra cima pra levar pra baixo.


A maldita é até bela, com sua couraça metálica reflete a luz da vida e dá ao poeta a alegria, da dor, para compor, também ao compositor, dizem que sua irmã até inspira alguns também, porém ela é mais contida e pálida, (disforme pelo balançar de quem ri).


É a tristeza que canta as canções mais bonitas, (talvez sejam os gritos e risadas que formam sua melodia), e compõe os versos mais belos, (toda miséria do homem e riqueza), que motiva a saudade do pintor traduzida em tela, (todos os rostos de gozos e amores).


Sua infame intrínseca que não me deixa.


(Para APN)

Um comentário:

beto disse...

muito legal... thanks!