- Desavergonhada, esse marido deve ser um corno mesmo.
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- Ou é froxo, já num deve dar no coro, falou a outra.
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João pensou em falar algo, mas a mulher olhou pra ele e piscou. Ela fingiu não ouvir sabia o que tinha que fazer. Foi praquele ponto de ônibus frente à construção. Sabia que era questão de minutos, era só esperar o vento bater, sabia que eles sentiriam o cheiro, do seu desespero, de longe.
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E assim foi, começam os assobios, beijos mandados pelo vento em sua direção. Eles já estavam na mão, sorriu com o seu próprio pensamento. Começou sinalizar pra que eles descessem dos andaimes. Ela não tinha medo do que podia acontecer, seu desespero era maior.
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E eles foram se empilhando em volta dela, como sacos sujos de areia, ela lhes esticava as mãos com os folhetos. Elogios, deve ser boa mesmo, vontade de experimentar. Ela ria e se fingia de tímida, vamos lá então.
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João não acreditou quando viu aquele monte de homens seguindo sua mulher de volta, ria de alegria e felicidade, parecia que as coisas iriam se acertar daqui pra frente, ele mesmo já não se importava mais com o falatório das vizinhas.
-Essa é a melhor comida caseira do bairro com certeza! Concordava ele, recebendo os pedreiros em seu humilde restaurante.
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(Ela era moça da vida mesmo, até o dia que conheceu João e eles se apaixonaram, mesmo assim, ainda não era fácil, a vida, ela fazia falta na zona não só porque era bonita, mas também porque era a melhor cozinheira de lá)
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4 comentários:
que coisa mais linda, mi. isso dava um curta sensacional. vamos escrever um roteirinho???
Ontem eu fui numa apresentação de curtas. Lindos.
Simbora to facinho.
Lov.u
O mais legal é o filme que provoca na cabeça. Parabéns, se fosse um primeiro capítulo, eu lia o livro numa tarde.
Na minha sempre existe várias versões, mas pra cá sempre a mais curta. Muito obrigado.
;)
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