quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Quarta é feira.

Quarta feira acordo logo depois que fui dormir com a barulheira e a gritaria dos feirantes da feira da rua aqui perto, meio quarteirão acima, seus caminhões param em quase toda a minha rua. A feira sempre é a ultima coisa a se fazer antes das duas horas, até esqueço algumas vezes...

Ponho o lixo pra fora, tranco meu portão e lá vou, hoje não levo mais sacola, pois sei que ninguém merece ver frutas apodrecerem na fruteira, viver sozinho é isso, dividi-se quase tudo com o lixo.

A feira é um lugar interessante, entre outras pessoas, a moça gorda que mora na esquina, passa, com seu minúsculo shorts branco, “Olha a uva fresquinha” – Grita o feirante fortão,todo tatuado e de regata . Faz biquinhos.

Ela continua seu trajeto, carregando uma sacola, sob suas axilas com pelos crescidos. “Tenho manga madura, sem fiapo, boa de chupar” – Grita outro feirante gordo e todo suado. Cara de susto ela faz.

Ela continua e mais umas barracas adiante, com seu top, deixando umas gordurinhas à mostra ela para na barraca do pastel. – "Dois especiais, por favor. É pra viagem!"

“Minha banana não é Nanica não, é de Itu” – Grita o homem das bananas. Ela olha para trás com ar de deboche parecendo não acreditar ele é um japonesinho, meio velho e desdentado com cara de safado e pequenino. E eu que vejo toda a cena morro de rir e continuo com minhas compras.

2 comentários:

Silvinha disse...

sensacional. esse post ta a sua cara. adoro seu jeito de escrever o mundo que você enxerga. o mundo das imagens posto em palavras.

Thunderstorms, dreams and conversations disse...

Queria ser mais como vcs, preciso, no que escrevo, mas tudo se embanana aqui dentro.
Obrigado. Bjo