terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Tudo que vejo são faróis vermelhos.

Estávamos num “Prainha” conversando, contando piadas lamentado uma bolsa roubada pensando: Aonde o mundo vai parar deste jeito?

Derrepente num impulso, que achei que fosse pressa por causa do horário do metrô, decidi ir embora, quando alcancei a calçada e entre as pessoas que paradas estavam, me senti livre, mas pensei no por que da pressa.

Andando na Avenida Paulista tudo que via eram faróis vermelhos, à minha direita à minha esquerda e a minha frente, derrepente pensei: Pressa pra que? Pra chegar onde? Por quê?

Podia ter ficado mais, ter pegado um ônibus, um taxi podia ter dormido na casa da minha querida amiga, ela não se importaria... mas tive pressa, pressa de ficar só comigo, com meus pensamentos, a visão das luzes entre os prédios (luzes vermelhas, pára-raios dos prédios de trás dos que estavam a frente) desejando que fossem estrelas (make a whish).

Enquanto descia as escadas do metro, menina bonita tatuada com flores vermelhas em seu ombro direito (americam, talking about how much she likes aipins), desço as escadas, espero no verde para ir para a azul.

Moço de pólo vermelha com listras brancas olha pra mim... estranho ele vai até a frente e volta, sinto receio me afasto.

Conversa Incidental

- É esse o metro que vai pro Paraíso?
-Sim, é!
-Puta que pariu! Verde, azul, vermelha.
-Puta que pariu mesmo, vermelho lá no final é longe, demora.
- É, eu moro aqui perto, mas meu coração estava tão acelerado, eu não consegui parar. (whishing yours felted the same about me)
-Por quê?
- Dois meses sem falar com minha ex e ela me ligou hoje. Estava bebendo sozinho aqui na Paulista das seis horas até agora, sozinho! (era meia noite já). Senta do meu lado, por favor?
(Ele precisava desabafar, e eu sou apenas a testemunha, você não se lembrará de mim, mas você está escrito aqui.)
- Ok!
-Então véio, nós namoramos sete anos e ai ela terminou comigo do nada, sem explicação (even though I try, u wouldn’t let me explain), eu insisti...
-Você não ligou?
-Liguei, mas ela não atendeu.
- Mas você atendeu a ligação dela hoje e agora vai assim mesmo?
-Sim, por que eu amo. (Do the same for me)
-Cara sua estação.
-Me dá um abraço véio, valeu brother!
-Cara boa sorte.
-Tchau
-Ciao


Continuo com meus pensamentos...

Observo a menina que sentada se despede do namorado e enquanto ele sobe as escadas ela faz gestos com os braços e mãos significando um coração, um vento sopra e em meio o abafado do metro e sinto arrepios.

Observo o menino “japonesinho” jogando como doido em seu celular, a menina de cabelos vermelhos e patas de bode, que me olha pelo reflexo da janela, o tiozinho que cansado ronca no final do vagão e todas as outras caras e sapatos, poderia descrever cada roupa, cada penteado, cada expressão, cada pessoa e contar sua história (inventada) em meus pensamentos.

Eu sou apenas a testemunha dos faróis vermelhos, das luzes vermelhas, das tatuagens de flores vermelhas, das camisas pólo de cor vermelha, dos cabelos vermelhos, dos crações acelerados vermelhos (just like mine). E é só quando me aproximo de casa, num prédio recém construído, o alívio de sentir ao cheiro noturno de flores brancas, podiam ser Damas da noite, Jasmins, Rosas Madeira, mas não sei o que são, apenas me agradam, algo me consola nada mais de vermelho nem os faróis, estão todos verdes e as flores são brancas.