domingo, 21 de dezembro de 2008

Do outro lado da linha.


Eu sei que foi você quem me ligou, era de um numero estranho, podia ser um orelhão, na Alameda Santos, perto do teu trabalho, poderia ser de um número de algum amigo teu. Mas sei que era você, aquela respiração angustiada do outro lado, que por segundos me fez crer que era você.

Provavelmente você tem tanto pra me dizer quanto eu pra dizer pra você. Não devia ter desligado, é esse orgulho amargo, que não nos deixa dar o braço a torcer, empurrado-guela-a-baixo-com-goles-de-cerveja.

Se não tivesse desligado teria te dito; O quanto sinto tua falta, quando vou embora antes do amanhecer não é por que eu tenha vergonha, é medo de reconhecer o quanto te amo, e não quero esperar que as coisas mudem, não faz sentido, vamos mudar nós mesmas. Vamos nos encaixar num abraço demorado e esquecer o que passou... já foi, consumido, pelo tempo que envelhece.

Te imaginava parada em pé com o cigarro entre os dedos, nervosa, girando-o de um lado para outro da mesma forma que girava teus pensamentos.Queira-me tanto quanto eu te quero, me ligue novamente, me deixa dizer, que te amo muito e sinto tua falta, que meu relógio quebrou e fiquei parada naquele momento em que nossas vidas andavam juntas.
("Fica comigo esta noite" Angela Roro)

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